A Glia Innovation, empresa brasileira de base tecnológica (deep tech), foi tema de um artigo recente na revista britânica Nature, uma das publicações científicas de maior prestígio global. Sob o título “How I’m helping to cultivate science entrepreneurship in Brazil” (Como estou ajudando a cultivar o empreendedorismo científico no Brasil), a matéria destaca a trajetória da companhia como um estudo de caso sobre a integração entre pesquisa acadêmica e mercado.

  • Artigo na Nature aborda o desafio de transformar pesquisa em produto no Brasil;

  • Empresa utiliza nanopartículas de ouro e hidroxiapatita em sistemas de entrega;

  • Startup foi listada entre as “100 Startups to Watch” em 2024 e 2025.

O texto ilustra como a Glia conseguiu transpor o chamado “vale da morte” da inovação — a lacuna entre a descoberta em laboratório e sua aplicação comercial. Fundada pelo pesquisador João Paulo Longo, a empresa emergiu de uma sólida base acadêmica para desenvolver soluções disruptivas na indústria de cosméticos.

A Ciência por trás do produto

O diferencial técnico citado reside nos sistemas avançados de entrega (drug delivery systems) para ingredientes ativos. Em vez de aplicar o ativo de forma bruta, a Glia utiliza plataformas nanotecnológicas para encapsular ou carregar substâncias, garantindo maior permeação e eficácia.

As plataformas desenvolvidas pela equipe de mestres e doutores da empresa incluem:

  • Nanopartículas lipídicas e poliméricas: melhoram a estabilidade e a biodisponibilidade de ativos;

  • Nanopartículas à base de ouro e hidroxiapatita: tecnologias de fronteira que permitem funcionalidades específicas e redefinem a performance de dermocosméticos.

Ecossistema de inovação

O reconhecimento pela Nature soma-se a prêmios nacionais, como o “100 Startups to Watch” (2024 e 2025), validando o modelo de negócio da startup sediada em Brasília. A publicação ressalta que o sucesso da Glia não é isolado, mas parte de um movimento de amadurecimento do empreendedorismo científico no país.

“Nossa missão é ser a ponte entre a academia e a indústria, provando que a ciência brasileira tem capacidade de gerar inovação de classe mundial”, afirma a equipe técnica da Glia. A empresa mantém parcerias estratégicas com universidades para continuar fomentando o desenvolvimento de novas matérias-primas nanotecnológicas e peptídeos sintéticos.