10/06/2019 - 12:42
Enquanto não é possível visitar outros planetas, a Estação Espacial Internacional (ISS, da sigla em inglês) – único lugar onde pessoas podem passar uma temporada longe da Terra – acaba de ser aberta para receber turistas, ou seja, cidadãos comuns e não apenas astronautas certificados. O anúncio foi feito pela Nasa, na sexta-feira, e faz parte de um pacote de atividades comerciais que a agência americana começa a permitir dentro das instalações espaciais.
Claro que os cidadãos não vão ser tão comuns assim, já que as férias na Estação terão valores astronômicos. A Nasa cobrará das empresas privadas cerca de US$ 35 mil a diária por visitantes dentro da estrutura espacial. Mas isso é só o valor do “hotel”, não inclui o que as empresas vão cobrar dos interessados pelo transporte de ida e volta.
Embora caras, as receitas geradas pelo turismo espacial não chegarão nem perto de cobrir os custos de operação que a Nasa tem com a estação espacial. Atualmente, a “diária” investida pela agência ultrapassa os US$ 8 milhões, por ano são gastos US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões – e são uma das maiores despesas da Nasa.
Esses não serão os primeiros indivíduos a visitar a ISS. Nos anos 2000, sete indivíduos já fizeram uma viagem turística do tipo organizada pelos russos, que operam metade da base. Na época, a Nasa disse que não estava interessada em tais empreendimentos.
Diante do anúncio da nova abertura, a Bigelow Aerospace, empresa sediada em Las Vegas, Nevada, já planeja usar os foguetes da SpaceX, empresa de foguetes dirigida por Elon Musk, para entregar até quatro turistas de uma só vez à ISS. Mas não informou o preço a ser cobrado.
A Axiom Space, de Houston, dirigida por Michael Suffredini, ex-gerente da estação espacial da Nasa, também está organizando vôos e espera levar turistas no ano que vem. Ambas as empresas – Bigelow e Axiom – pretendem usar a Estação Espacial Internacional como ponto de partida para a criação de suas próprias estações espaciais em órbita.
Além do turismo à ISS, outras opções de voos espaciais privados vêm surgindo. A Virgin Galactic, fundada pelo empresário Richard Branson, e a Blue Origin, de Jeffrey P. Bezos, da Amazon, estão ensaiando para oferecer passageiros em vôos suborbitais curtos. A SpaceX também anunciou que Yusaku Maezawa, empresário japonês do setor de moda, está disposto a pagar uma viagem ao redor da Lua em uma espaçonave que está construindo.