Os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore, que estão “presos” no espaço desde junho após problemas na espaçonave da Boeing Starliner, devem retornar para a Terra apenas em março de 2025.

De acordo com um comunicado divulgado pela Nasa, a missão Crew-9, da SpaceX, que traria os dois de volta em fevereiro, foi adiada para o final de março do ano que vem. O objetivo, segundo a agência espacial americana, seria a integração da tripulação que deixará a ISS (Estação Espacial Internacional – em tradução) com a tripulação da missão Crew-10.

“A NASA e a SpaceX avaliaram várias opções para gerenciar a próxima transferência tripulada, incluindo o uso de outra nave espacial Dragon e ajustes de manifesto. Após cuidadosa consideração, a equipe determinou que lançar a Crew-10 no final de março, após a conclusão da nova nave espacial Dragon, era a melhor opção para atender aos requisitos da Nasa e atingir os objetivos da estação espacial para 2025”, diz o comunicado da agência.

Ainda segundo a nota, os astronautas da Nasa Anne McClain (comandante) e Nichole Ayers (piloto); o astronauta da JAXA (Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial) Takuya Onishi (especialista de missão); e o cosmonauta da Roscosmos Kirill Peskov “continuam o treinamento para a missão Crew-10 no Centro Espacial Johnson da Nasa, em Houston”.

Em setembro deste ano, os astronautas Nick Hague e Aleksandr Gorbunov desembarcaram na ISS. A espaçonave Dragon usada para a viagem tem espaço para quatro tripulantes, mas dois assentos foram reservados para a volta de Suni e Wilmore.

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Hague e Gorbunov se juntaram aos demais astronautas da ISS para uma missão de pesquisa de microgravidade que deve durar cerca de cinco meses. Confermo a Nasa, a Expedição 72 terminará com o desacoplamento e retorno da nave espacial Soyuz que transporta o astronauta Don Pettit da agência espacial.

Espaçonave da Boeing

O lançamento da Boeing Starliner no dia 5 de junho (Crédito: Reprodução/Redes Sociais/Nasa)

Sunita Williams e Butch Wilmore deixaram a Terra em uma missão de teste da espaçonave da Boeing Starliner no dia 5 de junho deste ano. A expectativa é de que a dupla pudesse retornar no meio de transporte apenas oito dias após chegarem até a ISS.

Entretanto, falhas técnicas na nave impediram a volta dos astronautas. O retorno de Suni e Wilmore para a Terra foi adiado ao menos três vezes até que a Nasa decidiu que a espaçonave da Boeing deveria retornar sem tripulação.

De acordo com a Nasa, cinco dos 28 propulsores da cápsula da nave falharam durante a acoplagem na ISS. Posteriormente, os equipamentos foram reiniciados e apenas um não voltou a funcionar. As suspeitas da agência espacial americana são de que o calor do procedimento ocasionou o desligamento. Ainda, segundo a Boeing, um vazamento de hélio foi identificado na espaçonave.

A missão teste seria o último passo da Boeing antes de receber certificado da Nasa que permite a realização de voos rotineiros com astronautas, ao lado da SpaceX, de Elon Musk.

A Starliner retornou para a Terra sem a tripulação no dia 6 de setembro. A agência espacial considerou que a volta dos astronautas na espaçonave era arriscada. Na ISS, Suni e Wilmore foram colocados na equipe da Expedição 72.

Missão de resgate

Foguete Falcon 9 no Cabo Canaveral (Crédito: Divulgação/Nasa/SpaceX)

Por entender que a volta dos astronautas seria muito arriscada na Starliner, a Nasa optou por reservar dois assentos na Dragon da SpaceX, rival da Boeing, que foi utilizada na missão Crew-9 para “dar carona” à dupla de volta para a Terra.

A Crew-9 partiu da Flórida no dia 28 de setembro e chegou até a ISS na data seguinte.

*Com informações da Reuters, AFP e Deutsche Welle