Um navio-patrulha da Marinha se juntou hoje (18 de novembro) às equipes que buscam identificar e recolher parte do óleo que atingiu a região do Delta do Parnaíba, entre o Maranhão e o Piauí. Considerada um santuário ecológico, a região abriga várias comunidades de pescadores, catadores de caranguejo, coletores de ostras e mariscos e artesãos que vivem do turismo e da coleta de peixes e frutos do mar.

Segundo a Marinha, o navio-patrulha Guanabara tem capacidade para transportar até 29 tripulantes. Equipada com uma lancha de casco semirrígido com capacidade para 10 homens e um bote inflável para seis homens usados para salvamentos e abordagens, a embarcação conta também com um guindaste eletro-hidráulico com capacidade para 620 quilos.

Subordinado ao Comando do 4º Distrito Naval, o Guanabara vai percorrer o Delta de Parnaíba, auxiliando na limpeza do óleo que voltou a atingir o litoral piauiense na semana passada. Na quinta-feira (14), a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Piauí (Semar) declarou toda a orla da Praia de Atalaia, em Luís Correia, imprópria para banho. Na sexta (15), fragmentos do óleo poluíram as praias de Peito de Moça, em Luís Correia, e Pedra do Sal, no município de Parnaíba. Ambas também foram declaradas impróprias.

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Na noite de ontem (17), o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) – formado por representantes da Marinha, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – informou que um helicóptero sobrevoou o litoral piauiense e não identificou novos vestígios de óleo na água.

Monitoramento

Segundo o GAA, só entre a quinta-feira (14) e ontem (17), militares, servidores dos órgãos estaduais e municipais e voluntários recolheram cerca de uma tonelada de resíduos contaminados pelo óleo. Equipes do Ibama e do Instituto Chico Mendes (ICMBio) continuam monitorando e analisando os possíveis danos causados à fauna e à flora da região.

Segundo o Ibama, desde o fim de agosto, quando o óleo de origem desconhecida se espalhou até atingir nove estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e parte do litoral do Espírito Santo, já foram retiradas das praias cerca de 4.500 toneladas de resíduos. A contagem desse material inclui óleo, mas também areia, lonas e outros materiais utilizados para a coleta. A forma de descarte desses resíduos é determinada pelas secretarias estaduais de Meio Ambiente.

De acordo com o GAA, o monitoramento e a limpeza das praias, manguezais, costões e outros habitats estavam sendo feitos por 5.556 militares da Marinha, Exército e Aeronáutica, 68 servidores do Ibama, 55 do ICMBio, 3.873 agentes das defesas civis estaduais e municipais e 440 funcionários da Petrobras. A estatal também cedeu embarcações e aeronaves para a operação. No total, estão sendo empregados 22 navios, três aeronaves e 29 viaturas nas ações.