27/08/2019 - 10:19
A nascente Ginnie Springs, que fica na Flórida, EUA, é um lugar paradisíaco. Com suas águas cristalinas, o local atrai visitantes que vão dar um mergulho refrescante, observar tartarugas, praticar snorkel ou dar um passeio de caiaque em um lugar onde a natureza está intocada pelo homem.
Mas esse cenário pode mudar se a Nestlé conseguir permissão para colocar em prática seu plano de retirar 4 bilhões de águas por dia da nascente, para engarrafar e vender a bebida.
Segundo reportagem do jornal “The Guardian”, O projeto da empresa enfureceu ambientalistas, que alegam que a nascente não suportaria a retirada de um volume tão grande de água. A Nestlé alega que as águas de nascente são uma fonte que se renova rapidamente, e promete um plano de manejo robusto, com agentes locais, para garantir a sustentabilidade do projeto.
De acordo com a matéria, a Nestlé aguarda que o órgão de manejo de água do rio Suwannee renove uma permissão de uso de uma empresa local, chamada Seve Springs, da qual a multinacional suíça pretende comprar a água.
Os opositores ao projeto começaram uma petição online e enviaram dezenas de emails para as autoridades responsáveis pela possível aprovação da licença. Segundo Merrillee Malwitz-Jipson, diretora da organização sem fins lucrativos Santa Fe River, o rio Santa Fe, do qual a nascente Ginnie Springs faz parte, já está em declínio, pois não há água suficiente saindo do aquífero que abastece a nascente, que é um local icônico e valorizado culturalmente pelos habitantes, além de ser um habitat importante para diversas espécies, como as tartarugas. Para ela, é impossível retirar milhões de litros de água da nascente sem causar nenhum impacto.
Em comunicado, a Nestlé afirmou que a empresa obedece a todas as regulações e padrões estabelecidos pelo governo. E que seu plano não é retirar água de nenhuma fonte pública, mas sim comprar água de uma empresa privada, que detenha uma permissão válida. Segundo o porta-voz da empresa, a companha cumprirá estritamente os limites estabelecidos pela permissão.
Segundo Stefani Weeks, engenheira do distrito de manejo de água do rio Suwannee, a permissão não será concedida caso a Seven Springs não consiga provar que o projeto não mudaria o nível ou fluxo de água e que não causaria nenhum impacto à qualidade da água, vegetação ou população animal.