Perigos nos novos lares

Dois estudos publicados na revista Science em junho apontam que, enquanto o aquecimento do mar tende a fazer muitas espécies buscar águas mais frias, ir para habitats menores e menos hospitaleiros pode ameaçar sua sobrevivência. Um dos trabalhos mostra que temperaturas mais quentes aumentam os índices metabólicos dos seres marinhos e sua demanda por oxigênio, mais escasso em águas aquecidas. A mudança forçada implica novos ambientes, condições oceânicas, alimentos e predadores. Segundo outro estudo, o tipo mais comum de coral terá muita dificuldade em sobreviver fora das águas equatoriais por depender da luz solar, que não ultrapassa a superfície em latitudes mais altas.

 

Aquecimento sem tréguas

A polêmica entre os cientistas que afirmam que o aquecimento global segue em ritmo firme e os que defendem que ele arrefeceu foi acirrada em junho por uma pesquisa, publicada na revista Science, que analisou a qualidade dos registros de temperaturas próximos à superfície do planeta. Os cientistas revisaram, por exemplo, as medições feitas por sensores em navios e boias – as primeiras são em geral mais altas que as outras, por razões como o calor gerado pelos motores das embarcações. Eles também usaram dados mais recentes de registros em terra. A conclusão foi que as temperaturas nos últimos 17 anos continuaram a subir, num ritmo semelhante ao das cinco décadas anteriores. Para Thomas R. Karl, diretor da Administração Oceâ­nica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) e principal autor do estudo, é provável que esse aumento seja maior do que o verificado no fim do século 20.

 

Emissões de aeronaves na mira dos EUA

O governo de Barack Obama propôs em junho que as emissões de gases-estufa dos aviões nos EUA sejam reguladas em bases semelhantes às das termelétricas. A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) alega que essas emissões ameaçam a saúde humana por conter poluentes que ajudam a causar o aquecimento global. É o primeiro passo para o país com o mais intenso tráfego aéreo do mundo adotar padrões de emissão internacionais. A Organização da Aviação Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês) deverá definir até fevereiro de 2016 um padrão mundial para o setor, mas a decisão americana sobre o tema não sairá antes de 2017.

 

Supercontribuição empresarial

A IKEA, maior fabricante de móveis do mundo, anunciou em 4 de junho que investirá € 1 bilhão (cerca de R$ 3,5 bilhões) em energias renováveis e formas de ajudar países em desenvolvimento a enfrentar a mudança climática. A empresa sueca investirá € 600 milhões em energia solar e eólica, que se somam a € 1,5 bilhão destinados ao setor desde 2009. Outros € 400 milhões serão investidos pela Fundação IKEA, braço beneficente do grupo, no apoio a famílias e comunidades em países vulneráveis a eventos extremos, tais como secas, enchentes e desertificação. A ação se encaixa na meta da IKEA de ter “um impacto positivo nas pessoas e no planeta”.

 

Chimpanzés bêbados

Cientistas que observaram chimpanzés em Bossou, na Guiné (África Ocidental), entre 1995 e 2012, constataram a “ingestão de etanol recorrente e em longo prazo” entre os animais. Eles tomam seiva de palmeira fermentada, que moradores do local extraem para produzir um tipo de vinho. O líquido escorre por um buraco aberto na árvore para um vasilhame, onde fermenta em poucas horas. Folhas tapam o recipiente, para afastar insetos. Os cientistas registraram 51 ocasiões em que chimpanzés mascaram as folhas-tampa até sua consistência ficar esponjosa, mergulharam-nas no líquido, tiraram e tomaram a bebida. Em média, cada animal bebia um litro por vez. Um dos chimpanzés, Foaf, bebeu a seiva em 14 das 51 ocasiões. Dos 26 macacos vistos pelos cientistas, porém, 13 não mostravam interesse pelo líquido. O estudo foi publicado em junho na revista Royal Society Open Science.

 

Empresas + verdes


Uma parceria entre Ultragaz, Bunge (dona da marca Soya), Instituto Triângulo e cerca de 170 revendas já coletou mais de 120 mil litros de óleo de cozinha usado em cidades de São Paulo e do Ceará. O projeto “Junte Óleo, Ultragaz Coleta, Soya Recicla” destina o material recolhido para a produção de sabão biodegradável e biodiesel.

 


As florestas da Faber-Castell no Brasil absorvem mais de 900 mil toneladas de carbono, de acordo com um estudo realizado pela associação de inspeção técnica alemã TÜV Rheinland. O número significa que elas retêm consideravelmente mais gás carbônico do que a empresa emite em todo o mundo, tornando-a neutra em carbono.

 


A rede hoteleira Accor já financiou o plantio de mais de 4 milhões de árvores ao redor do mundo por meio do projeto Plant for the Planet, que convida os hóspedes a reusar as toalhas durante sua estada no quarto. No Brasil, a cada cinco toalhas economizadas, uma muda é plantada na Serra da Canastra (MG). Já foram plantadas 400 mil mudas de mais de 100 espécies nativas da região.

 


A Kemin, empresa global de biotecnologia que fabrica microingredientes usados na nutrição e saúde animal, está doando aos funcionários de sua unidade de Indaiatuba (SP) galões de plástico rígido que originariamente eram descartados. Os galões, com capacidade de 220 litros, são lavados e depois utilizados para armazenar água de reúso.