07/08/2019 - 11:35
A Nova Zelândia é um país conhecido por sua natureza exuberante, espécies endêmicas e uma rica biodiversidade, especialmente em relação a espécies de aves.
Mas boa parte dessa riqueza natural foi destruída depois que a colonização humana começou no grupo de ilhas que formam a nação neo zelandesa, há 700 anos.
Uma pesquisa publicada na revista científica Current Biology quantificou o quanto dessa natureza foi arruinada. Segundo o estudo, levaria 50 milhões de anos para recuperar a diversidade de pássaros perdida na Nova Zelândia. E, se espécies que estão ameaçadas hoje entrarem em extinção, seriam necessários mais 10 milhões de anos para retornar ao nível de biodiversidade atual.
Uma das espécies que já foram extintas na Nova Zelândia, e que foi recentemente descrita por cientistas, é a do papagaio Heracles inexpectatus, a maior espécie de papagaio já identificada. Pesquisadores de diversas instituições da Nova Zelândia e Austrália encontraram ossos dessa ave e, analisando tamanho e composição deles, descobriram que o Heracles media cerca de um metro de altura e pesava cerca de sete quilos.
A extinção dessa espécie não teve nada a ver com a colonização humana nas ilhas, já que o Heracles inexpectatus desapareceu há 16 milhões de anos. Mas é mais um exemplo da diversidade em espécies de aves encontrada na Nova Zelândia.
Segundo Luis Valente, professor assistente na Universidade de Groningen, na Holanda, e um dos autores do estudo, uma consideração prática desse tipo de pesquisa é que ela permite que os cientistas quantifiquem o dano ecológico que foi feito a um local. “Tendo em vista os recursos limitados para conservação, esses números nos mostram como atingir o melhor custo-benefício em termos de investimento em proteção de espécies ameaçadas”, disse Valente em comunicado da universidade.
Usando o modelo criado nesta pesquisa, cientistas poderiam determinar taxas de mudanças naturais em ambientes isolados, como ilhas. “Se duas ilhas diferentes têm uma quantidade igual de espécies ameaçadas, então poderíamos focar nossos esforços de conservação naquela com um tempo de recuperação mais longo”, afirma Valente.
Ele acrescenta que o tempo de recuperação é apenas um de muitos fatores que precisam ser considerados ao estabelecer prioridades de conservação.