Um estudo publicado na “Science Translational Medicine” no dia 10 de julho e conduzido por pesquisadores da Mount Sinai Health System, em Nova York, e City of Hope, em Los Angeles, ambas nos Estados Unidos, apontou um novo tratamento para a diabetes em que células beta, produtoras de insulina, aumentaram em 700% no período de três meses, revertendo o quadro da enfermidade.

Os testes foram conduzidos em roedores diabéticos que tiveram células humanas colocadas em seu sistema. As estruturas receberam a combinação de harmina, substância encontrada em plantas, com medicamentos agonistas dos receptores de GLP-1 utilizados no tratamento de diabetes tipo 2.

+ Cinco milhões de brasileiros não sabem que têm diabetes

+ Estudo liga covid-19 a aumento de diabetes tipo 1 em crianças

As células beta estão no pâncreas e são responsáveis por produzir insulina. No caso de diabetes, as estruturas são completamente destruídas ou não conseguem produzir uma quantidade suficiente do hormônio. Atualmente, o tratamento mais frequente para a enfermidade é a injeção de insulina para regular os níveis de açúcar no sangue, algo que não reverte a condição completamente.

Até então, nenhum teste havia conseguido aumentar o número de células beta no corpo de um paciente.

No processo, a harmina é utilizada para inibir a enzima DYRK1A, que age nas células beta, e aumentar a proliferação das estruturas. Entretanto, apesar do sucesso observado, a substância ainda passa por testes para determinar sua segurança e tolerabilidade em seres humanos.

Há a expectativa de que outros inibidores da enzima sejam testados em seres humanos ainda durante o próximo ano. “Não há nada similar a isso disponível para pacientes hoje em dia”, pontuou Adolfo Garcia-Ocaña, autor do estudo, acrescentando que é a primeira vez em que foi desenvolvido um tratamento com medicamentos que eleva o número de células beta no corpo.