20/08/2019 - 8:44
Dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas indicam que as queimadas no Brasil aumentaram em 82% em relação a 2018, se comparadas com o mesmo período – janeiro a agosto – do ano passado.
Foram 71.497 focos neste ano, contra 39.194 no ano passado. É a maior alta e o maior número registrado em sete anos.
Os estados que apresentaram os maiores aumentos no número de queimadas em comparação com 2018 foram Mato Grosso do Sul, com uma alta de 260%, Rondônia, com um aumento de 198%; Pará, com 188%; Acre, com 176%; e Rio de Janeiro, com 173%. O Mato Grosso é líder no número de focos de queimadas, com 13.641 pontos, 19% do total do Brasil.
O estado de Rondônia vem sofrendo com uma sucessão de queimadas nas últimas duas semanas, encobrindo o céu de Porto Velho de fumaça. Moradores relatam que as queimadas estão piores do que em anos passados e que estão sentindo ardência nos olhos, dificuldades em respirar e coriza e congestionamento no nariz.
Na cidade de Machadinho do Oeste, um incêndio atingiu um assentamento na terça-feira passada (13) e um casal morreu, pois não conseguiu sair de casa a tempo de escapar do fogo.
No Pará, fazendeiros no sudoeste do estado anunciaram o “Dia do Fogo” no último dia 10, e desde então o Inpe registrou uma grande alta nos focos de incêndio na região.
Já no dia 5 de agosto a “Folha do Progresso”, jornal de Novo Progresso, Pará, trouxe uma reportagem informando que produtores e criadores da região planejavam acender fogos em limpeza de pastos e derrubadas.
O jornal disse que conversou com uma das lideranças do grupo e que eles marcaram o dia 10 de agosto para iniciar os incêndios para chamar atenção das autoridades. A liderança afirmou que os produtores queriam mostrar ao presidente Jair Bolsonaro que eles querem trabalhar e que o único jeito de formar e limpar as pastagens seria com fogo.
Na tarde desta segunda-feira (19), o dia virou noite em São Paulo, quando uma neblina escureceu a cidade por volta das 15h.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), além da frente fria, a escuridão também foio causada pela fumaça de queimadas na região amazônica. Em entrevista ao G1, o meteorologista Franco Vilela, do Inpe, disse que o material particulado oriundo da fumaça produzida pelos incêndios de grande porte que estão acontecendo na Bolívia, aliado ao ar frio e úmido que está no litoral de São Paulo, causou o escurecimento.
De acordo com o Climatempo, a fumaça vinda de queimadas na região amazônica, nos estados do Acre e Rondônia e na Bolívia, chegou a São Paulo porque a frente fria mudou a direção dos ventos e trouxe a fumaça para São Paulo.