Há 80 anos, em 8 de maio de 1945, a Alemanha nazista se rendia, e a Europa comemorava o Dia da Vitória, marcando o fim da Segunda Guerra Mundial no continente. Mas será que a guerra realmente acabou para todos? Para centenas de milhões de pessoas, a resposta é não. Na verdade, para muitas delas, a luta estava apenas começando.

Enquanto a Europa celebrava, a guerra na Ásia continuava violenta. Em agosto de 1945, as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki foram devastadas pelas únicas armas nucleares já usadas em combate, forçando a rendição do Japão e, finalmente, encerrando o conflito global.

No entanto, a paz não veio com o silêncio das armas. Nas colônias do Sudeste Asiático, a retirada das tropas japonesas deixou um vácuo de poder que as antigas potências coloniais europeias tentaram preencher. A França retornou ao Vietnã, dando início a uma sangrenta guerra de independência que duraria anos. Na Indonésia, os holandeses tentaram restabelecer seu domínio, mas enfrentaram uma luta pela soberania que se estendeu até 1949.

Em outras partes do mundo, como na Índia, que havia enviado milhões de soldados para lutar ao lado dos Aliados, o fim da guerra global intensificou o desejo por liberdade. Em 1945, mais de 750 milhões de pessoas ainda viviam sob domínio colonial. O enfraquecimento das metrópoles europeias e o novo cenário geopolítico foram o estopim para o processo de descolonização que mudaria o mapa do mundo.

Portanto, enquanto para a Europa o Dia da Vitória representou o fim de uma era de devastação, para grande parte da Ásia e da África, ele foi o início de uma batalha diferente, mas igualmente crucial: a luta pela independência e pela liberdade.