08/08/2017 - 8:00
O bullying é um problema importante nas escolas, segundo um levantamento do Programa de Avaliação de Estudantes Internacionais (Pisa, na sigla em inglês) lançado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2015 e publicado em 2017. Participaram da pesquisa 540 mil alunos de 15 anos de 72 países. Aproximadamente 11% desses estudantes relatam que outros alunos os intimidaram pelo menos algumas vezes por mês, enquanto 4% disseram ter sido atingidos ou empurrados por outros alunos pelo menos algumas vezes por mês.
As meninas sofrem agressão física com menos frequência do que os meninos, mas relatam um número um pouco maior de incidentes de bullying psicológico, incluindo fofocas – 9,2% das meninas e 7,6% dos meninos contaram ter sido vítimas de fofocas desagradáveis pelo menos algumas vezes por mês. O estudo mostra que os intimidadores visam sobretudo a alunos imigrantes recém-chegados e estudantes de baixo desempenho. Os alunos que recebem apoio dos pais quando enfrentam dificuldades na escola relatam menos vitimização.
Os alunos frequentemente expostos ao bullying relatam várias consequências educacionais negativas, como absenteísmo escolar e um senso mais fraco de pertencer à escola. Em média, cerca de 42% deles dizem sentir-se como forasteiros na escola, ante apenas 15% dos colegas não expostos ao bullying. Alunos em escolas onde o bullying é frequente obtêm 47 pontos a menos em ciências do que estudantes de outras escolas. Em geral, as vítimas de bullying relatam menos satisfação com a vida.
Segundo o estudo, a proporção de alunos frequentemente intimidados é cerca de 7 pontos percentuais maior em escolas com um clima disciplinar pobre do que nas escolas com um bom clima, em referência à média do país medida pela OCDE (antes de contabilizar o perfil socioeconômico dos alunos e das escolas). Os alunos de escolas em que a percepção do comportamento injusto dos professores está acima da média nacional têm uma tendência 12 pontos percentuais maior de ser frequentemente intimidados do que os estudantes de escolas onde essas percepções estão abaixo da média nacional. Isso pode indicar que o bullying é mais frequente nas escolas em que os alunos não veem seus professores como efetivos em transmitir normas de comportamento respeitoso e não violento.