25/04/2016 - 15:24
Até 2006, nove planetas giravam em torno do Sol, segundo os cientistas. O número caiu para oito por conta de Plutão, rebaixado a planeta anão naquele ano – caso contrário, outros corpos comparáveis a ele encontrados além da sua órbita também teriam de ser considerados planetas. Agora, porém, é muito provável que a soma volte a dar nove, graças a um estudo de dois cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês) publicado em janeiro na revista Astronomical Journal.
Konstantin Batygin e Mike Brown, da Caltech, começaram a suspeitar da existência do “Planeta Nove” em 2014, e a partir de então recorreram a modelos matemáticos e simulações de computadores para verificar a hipótese. Os cálculos indicam que eles estão certos, mas o novo astro – que, com tamanho parecido ao de Netuno e massa dez vezes maior que a da Terra, é mesmo um planeta – ainda não foi observado. Com isso, já começou uma caçada para encontrá-lo.
Tal como ocorreu com Netuno, cuja existência também foi prevista pela matemática, foi a força da gravidade que deu a pista fundamental para se chegar ao Planeta Nove. Só ela explicaria o comportamento estranho de 13 corpos situados no Cinturão de Kuiper, além da órbita de Netuno. Mas os cálculos só deram realmente certo quando Batygin e Brown consideraram para o astro uma órbita elíptica “extravagante e alongada”, bem diferente das feitas pelos outros planetas.
Ao anunciar com Batygin a existência do nono planeta, Brown de certo modo se “redime”. Foi ele quem causou o rebaixamento de Plutão, ao descobrir um corpo transnetuniano, Éris, em 2005. Éris tem dimensões semelhantes às de Plutão, mas sua massa é maior. A descoberta levou a União Astronômica Internacional (UAI) a criar uma comissão para reavaliar a definição de planetas, que reclassificou Plutão como planeta anão. Agora, Brown e Batygin devolvem ao Sistema Solar o número de planetas conhecido desde 1930, quando Plutão foi encontrado.