31/05/2016 - 19:51
O comércio de bens culturais atingiu US$ 212,8 bilhões em 2013, quase o dobro do montante em 2004, apesar de uma recessão global e de uma grande guinada dos consumidores de filmes e música rumo a serviços baseados na web. Esse quadro está no relatório “A Globalização do Comércio Cultural: uma mudança no consumo cultural – Os fluxos internacionais de bens e serviços culturais 2004-2013”, do Instituto de Estatística da Unesco (UIS, na sigla em inglês), lançado em março e que examina a exportação e importação de produtos e serviços culturais no mundo.
A China é hoje o principal exportador de bens culturais, seguida pelos Estados Unidos. Em 2013, as exportações culturais chinesas atingiram US$ 60,1 bilhões, mais do que o dobro dos US$ 27,9 bilhões dos EUA. Embora já não sejam o maior exportador de bens culturais, os EUA seguem como o principal importador. Em geral, os países desenvolvidos têm um papel menor nessas exportações, mas ainda dominam as importações. Enquanto isso, a exportação de bens culturais cresce nos países emergentes. Turquia e Índia reforçaram sua posição nos últimos anos, juntando-se aos dez maiores exportadores desses bens.
Arte e artesanato subiram no ranking dos dez bens culturais mais negociados, graças a joias de ouro, um porto seguro em tempos incertos. As exportações dessas joias superaram US$ 100 bilhões em 2013. Estátuas, estatuetas e pinturas também cresceram. Sua fatia do comércio de arte e artesanato valia US$ 19 bilhões em 2013. De 2004 a 2013, a “desmaterialização”, ou digitalização de produtos, tais como músicas, filmes e jornais, teve enorme impacto sobre essas indústrias, já que seus produtos se mudaram para o domínio dos serviços culturais, muitas vezes vendidos como assinaturas baseadas na web.
O comércio de produtos de música gravada, por exemplo, caiu 27% de 2004 a 2013, e o de filmes encolheu 88% nesse período. Mas serviços de audiovisual como um todo avançaram. Apesar da desaceleração no comércio de produtos impressos, refletida pelo declínio dos jornais, os livros mantiveram seu status de importante exportação cultural em algumas regiões, crescendo 20% de 2004 a 2013.