Uma anomalia magnética que está sobre a América do Sul, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, está se expandindo e intensificando, conforme um relatório divulgado pelo NCEI (Centro Nacional de Informações Ambientais dos Estados Unidos – em tradução) em dezembro de 2023.

Observações feitas pela Nasa, agência espacial americana, também mostram uma mudança entre 2015 e 2020. De acordo com a entidade, a anomalia está se dividindo, já que deixou de ter apenas uma região de intensidade de campo mínima.

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Imagens da Agência Espacial Europeia mostram o movimento da Amas (Anomalia Magnética do Atlântico Sul):

A Amas está se expandido e se intensificando, conforme observações do NCEI (Crédito: Divulgação/Agência Espacial Europeia)

De acordo com a Nasa, o campo magnético da Terra, gerado pelo núcleo do astro, age como um “escudo”, repelindo e prendendo partículas oriundas do Sol. A Amas é uma região em que o campo magnético está mais fraco, o que ocasiona em uma maior aproximação de ventos e radiações solares à superfície terrestre.

O fenômeno interfere no funcionamento de computadores e na coleta de dados de satélites que passam pela região. Além disso, a área sobreposta pela Amas fica mais suscetível a sofrer com os impactos de tempestades magnéticas que podem afetar as tecnologias da Terra.

Apesar disso, conforme o relatório do NCEI, a anomalia ainda está dentro dos limites que cientistas consideram normal, segundo a Nasa.

À Agência Brasil, Marcel Nogueira, doutor em física e pesquisador do Observatório Nacional, explicou que muitas vezes tais equipamentos precisam desligar para que não sejam comprometidos. “Porque a radiação, principalmente elétrons, nessa região é muito forte. Então é de interesse das agências espaciais monitorar constantemente a evolução dessa anomalia”, pontuou o especialista.