Uma nova missão da NASA, batizada de Sonda de Mapeamento e Aceleração Interestelar (IMAP), foi lançada com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre a heliosfera, uma vasta bolha magnética que envolve e protege nosso sistema solar da radiação cósmica vinda da Via Láctea. A sonda irá mapear pela primeira vez com alta resolução os limites deste escudo cósmico fundamental para a existência de vida na Terra.

A heliosfera é gerada pelo vento solar, um fluxo contínuo de partículas carregadas emitidas pelo Sol. Esta estrutura atua como uma barreira, desviando a maior parte dos raios cósmicos de alta energia que permeiam o espaço interestelar. Mesmo que missões anteriores, como as sondas Voyager 1 e 2, tenham cruzado essa fronteira e fornecido dados pontuais, a IMAP foi projetada para criar um mapa global e detalhado de sua interação com o meio interestelar.

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Com dez instrumentos científicos a bordo, a IMAP irá operar a cerca de 1,6 milhão de quilômetros da Terra, uma posição que permitirá a observação contínua do vento solar antes que ele atinja nosso planeta. A missão focará na medição de átomos neutros energéticos (ENAs) – partículas que se formam na colisão entre o vento solar e o gás neutro do espaço interestelar. Como essas partículas viajam em linha reta, não sendo desviadas por campos magnéticos, a sonda pode rastreá-las até as origens, construindo um mapa tridimensional da fronteira heliosférica.

Os dados coletados pela IMAP também terão implicações práticas diretas: ao compreender melhor como o vento solar se propaga e interage com o espaço, os cientistas esperam aprimorar significativamente a previsão do clima espacial. Tempestades solares podem causar interferências em satélites de comunicação, redes elétricas e representar riscos para astronautas em órbita.

Lançada em conjunto com outras duas missões, o Observatório Carruthers Geocorona e a SWFO-L1 da NOAA, a IMAP faz parte de um esforço coordenado para monitorar a atividade solar desde sua origem até seus efeitos na Terra. A expectativa é que, ao desvendar os detalhes da heliosfera, a humanidade esteja mais preparada para os desafios impostos pelo Sol e compreenda melhor o ambiente cósmico que a cerca.