O soluço é uma contração involuntária do diafragma que frequentemente se manifesta no cotidiano das pessoas, mas incomoda. Apesar de ser comum ouvirmos que prender a respiração, tomar água ou levar um susto seja eficaz para que pare, não há um “método científico” que cesse tal movimento.

De acordo com Natalie Cavalcante, gastroenterologista do Hospital São Luiz Campinas, o soluço nada mais é que uma contração involuntária e intermitente do diafragma e de músculos chamados intercostais, associados ao fechamento da glote e das cordas vocais. “Isso vai gerar o som característico do soluço”, explica a médica.

Segundo a gastroenterologista, não é possível definir as causas exatas de tal manifestação, um movimento que é comum e geralmente benigno. “O soluço começa a ser um problema quando ele tem uma duração de mais de 48 de horas. Nessa situação, compromete a qualidade de vida do paciente, que tem dificuldade de comer, beber e dormir”, comenta Natalie.

A médica aponta que, quando o soluço ocorre frequentemente e por mais tempo, há o risco de alguma doença associada ser responsável pela contração. “Aí sim requer uma avaliação. Deve levar em consideração exame físico, às vezes laboratoriais, em alguns casos endoscopias e ressonâncias.”

Conforme Natalie, a maior parte dos soluços está associada a desordens do trato gastrointestinal, como comer em grandes quantidades ou ingerir substâncias gasosas. De acordo com a gastroenterologista, pacientes tabagistas ou que têm hábito de mascar chicletes são mais suscetíveis à contração involuntária do diafragma.

“Outras causas são as doenças do refluxo, úlceras e até as neoplasias gástricas [câncer de estômago”, acrescenta a médica sobre casos mais graves.

Como tentar parar com o soluço

No caso de soluços que duram menos de 48 horas, Natalie informa que há soluções fáceis de impacto positivo. “São aquelas manobras que todo mundo conhece.”

  • Prender a respiração;
  • Fazer a manobra de valsalva (técnica que consiste em prender a respiração e forçar a saída de ar contra o nariz e a boca fechados);
  • Puxar a língua;
  • Suavizar e massagear os globos oculares;
  • Sentar e dobrar os joelhos em direção ao peito.

“A eventual eficácia de todas essas manobras tem um fundamento, mas não tem uma confirmação científica. Há alguns estudos que falam a favor mesmo”, comenta a gastroenterologista sobre as sugestões de tomar um susto ou água.