02/05/2025 - 15:52
Uma nuvem molecular invisível apelidada de “Eos”, em homenagem à deusa grega do amanhecer, foi encontrada por astrônomos. De acordo com pesquisadores, ela está a 300 anos-luz de distância da Terra, mede cerca de 40 luas de largura e tem um peso de 3,4 mil vezes a massa do Sol. Um estudo relatando a descoberta foi publicado na “Nature Astronomy”, nesta segunda-feira, 28.
A existência de Eos, apesar da proximidade com nosso planeta, tinha passado despercebida pelos astrônomos, que identificaram a nuvem molecular por meio da luz ultravioleta, um método diferente do habitual, que geralmente é por ondas de rádio e infravermelho. As informações são da “CNN Science”.
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De acordo com Thomas Haworth, coautor do estudo e astrofísico da Universidade Queen Mary, de Londres, no Reino Unido, a nuvem molecular estava “praticamente no nosso quintal” e havíamos a “perdido”. “Na astronomia, enxergar o que nunca foi visto previamente geralmente significa olhar mais profundamente, com telescópios cada vez mais sensíveis, detectando aqueles planetas menores, aquelas galáxias mais distantes”, comentou.
Nuvens moleculares, como a Eos, são compostas por aglomerados de gás e poeira que podem formar hidrogênio e moléculas de monóxido de carbono. As nuvens podem gerar sistemas solares, já que há a possibilidade do material presente nelas se colapsar e se tornar uma estrela jovem.
É de costume que pesquisadores utilizem ondas de rádio e infravermelho para observar nuvens moleculares, métodos que podem captar a assinatura do monóxido de carbono. Entretanto, o elemento não é tão presente na Eos, fazendo com que cientistas só a encontrassem com uso da luz ultravioleta emitida pelo hidrogênio que a compõe.
Os dados que identificaram a Eos são de um espectrógrafo ultravioleta chamado Fims-Spear, que opera no satélite sul-coreano STSAT-1. A nuvem é a primeira descoberta pelo método diretamente e sua proximidade com a Terra pode permitir que pesquisadores investiguem a formação de sistemas solares.