19/11/2025 - 14:14
Leiloado por US$ 236,4 milhões, quadro de Gustav Klimt ajudou jovem judia retratada na pintura a se salvar quando os nazistas anexaram a Áustria em 1938.Um quadro do pintor austríaco Gustav Klimt se tornou a segunda obra de arte mais cara já vendida em um leilão . O Retrato de Elisabeth Lederer foi vendido nesta terça-feira (18/11) após uma disputa de lances de 20 minutos entre seis licitantes na casa de leilões Sotheby’s em Nova York.
Cinco obras de Klimt da coleção foram vendidas no leilão por um total de 392 milhões de dólares (R$ 2 bilhões), informou a Sotheby’s, sendo que O Retrato de Elisabeth Lederer alcançou sozinho 236,4 milhões de dólares.
A Sotheby’s não revelou a identidade do comprador do retrato.
A pintura mais cara já vendida em leilão continua sendo Salvator Mundi , atribuído a Leonardo da Vinci , embora alguns historiadores da arte duvidem que ele seja de fato o autor da obra .
Qual é a história por trás de O Retrato de Elisabeth Lederer?
Sabe-se que o retrato pintado por Klimt entre 1914 e 1916 teria ajudado a salvar a vida de sua retratada, uma judia, durante o regime nazista.
A obra de arte de 1,8 metro de altura mostra a filha do principal mecenas de Klimt, membro de uma das famílias mais ricas de Viena, vestida com roupas de inspiração chinesa, em pé diante de uma tapeçaria azul com motivos de inspiração asiática.
A pintura retrata a vida luxuosa da família Lederer antes da tomada da Áustria pelos nazistas em 1938.
Os nazistas saquearam a coleção de arte da família Lederer, deixando apenas os retratos da família, que foram considerados “judaicos demais” para valerem a pena serem roubados, de acordo com a Galeria Nacional do Canadá, onde a pintura estava anteriormente em exibição por empréstimo.
A obra havia pertencido ao bilionário Leonard A. Lauder, herdeiro da gigante de cosméticos Estée Lauder, morto no início deste ano, aos 92 anos.
“Paternidade” de Klimt
Para se salvar dos nazistas, Elisabeth Lederer disse a eles que Klimt, que não era judeu, era seu pai. O fato de o artista, morto em 1918, ter pintado seu retrato ajudou a tornar a história de Elisabeth mais verossímil.
Alegar parentesco com Klimt a ajudou a permanecer em Viena em segurança até a sua morte, em 1944, em razão de uma doença.
A obra de arte é um dos dois únicos retratos de corpo inteiro pintados pelo artista austríaco que ainda são de propriedade privada.
rc (AFP, AP) Midhat Fatimah with AP, AFP
