13/12/2019 - 15:47
A interação (ou colisão) entre galáxias proporciona algumas das imagens mais impressionantes do universo. Uma delas, divulgada em 13 de dezembro, retrata o par de galáxias NGC 5394/5. A foto foi obtida com o telescópio do Observatório Gemini, da Fundação Nacional da Ciência (NSF, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, em Maunakea, Havaí (EUA).
Também conhecidas coletivamente como Arp 84 ou galáxia Heron, a NGC 5394 e a NGC 5395, são duas galáxias espirais em interação a 160 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Canes Venatici. A galáxia maior, NGC 5395 (à esquerda), tem 140 mil anos-luz de diâmetro, e a menor, NGC 5394, tem 90 mil anos-luz de diâmetro.
Alvo bem conhecido dos astrônomos amadores, a luz do par NGC 5394/5 foi observada pela primeira vez por William Herschel, em 1787. Herschel usou seu telescópio gigante para descobrir as duas galáxias no mesmo ano em que encontrou duas luas de Urano. Hoje, muitos observadores imaginam as duas galáxias como uma garça. Nessa interpretação, a galáxia maior é o corpo do pássaro e a menor é a cabeça – com o bico atacando uma galáxia de fundo semelhante a um peixe.
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Processo demorado
As duas galáxias, segundo os astrônomos, já colidiram pelo menos uma vez. No entanto, colisões galácticas podem ser um processo demorado de encontros gravitacionais sucessivos, que, com o tempo, podem dar às galáxias formas exóticas e irreconhecíveis. Essas galáxias, como em todas as colisões do gênero, estão envolvidas em uma dança fantasmagórica, pois as distâncias entre as estrelas em cada galáxia impedem colisões estelares reais e suas formas gerais são deformadas apenas pela gravidade de cada galáxia.
Um subproduto da turbulência causada pela interação é a coalescência [junção] do hidrogênio nas regiões de formação estelar. Na imagem acima, esses berçários estelares são revelados na forma de aglomerados avermelhados espalhados em forma de anel na galáxia maior (e alguns na galáxia menor). Também é visível um anel empoeirado visto em silhueta contra o pano de fundo da galáxia maior. Uma estrutura de anel semelhante é vista em uma imagem anterior do Observatório Gemini, provavelmente o resultado de outro par galáctico que interage.