02/05/2022 - 15:28
Autoridades da Indonésia confirmaram nesta segunda-feira (02/05) que pelo menos três crianças morreram devido a uma hepatite aguda de origem desconhecida que já foi registrada em cerca de 20 países. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o aumento das infecções é uma questão “muito urgente” à qual está sendo dada “prioridade absoluta”.
Os pacientes morreram nas últimas duas semanas em Jacarta, com sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, icterícia, febre e convulsões.
No sábado, as autoridades de Singapura também comunicaram a hospitalização de uma criança com hepatite aguda de origem desconhecida.
“É muito urgente e estamos dando prioridade absoluta a isso e trabalhando muito de perto com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças na gestão e coordenação”, disse Gerald Rockenschaub, diretor de emergências de saúde da OMS na região europeia.
Primeiros casos reportados em abril
Os primeiros dez casos da doença foram notificados pelo Reino Unido à OMS em 5 de abril, em crianças com menos de 10 anos sem doenças anteriores. Desde então, infeções também foram registradas na Espanha, em Israel, na Dinamarca, na Itália, nos Estados Unidos e na Bélgica, entre outros países. A maioria das infecções foi registrada no continente europeu.
A idade dos pacientes varia de um mês a 16 anos, sendo que, na maioria dos casos, não apresentam febre nem vestígios dos vírus normalmente associados a estas doenças (hepatite A, B, C, D e E), de acordo com a OMS.
Especialistas acreditam que o agente causador da doença possa ser um adenovírus transmitido por contato ou pelo ar, em particular o F41, ou uma variante mais agressiva. No entanto, os especialistas não descartam que possa ser um vírus ainda não identificado ou mesmo que haja ligação com o coronavírus.
O surto de origem desconhecida foi anunciado pela OMS em 15 de abril. Em cerca de 10% dos casos, foi preciso fazer um transplante de fígado.
Trabalho conjunto
O Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças já apelou às autoridades de saúde nacionais para efetuarem uma rápida vigilância dos casos de hepatite aguda em crianças, reconhecendo que as causas ainda não foram esclarecidas.
“Estamos fazendo todo o possível para identificar rapidamente o que está causando isso e depois tomar as medidas adequadas, tanto a nível nacional como internacional”, afirmou Rockenschaub.
Segundo ele, a OMS Europa está trabalhando em conjunto com autoridades de saúde britânicas, onde se localizam 60 dos cerca de cem casos de hepatite viral ativos.
le (EFE, Lusa)