28/11/2022 - 12:31
A intensidade histórica do calor no último verão na Europa Ocidental pode estar associada à morte de mais de 20 mil pessoas, concluiu um grupo internacional de cientistas climáticos. De acordo com o World Weather Attribution (WWA), o excesso de mortes (a diferença entre o número total de mortes no verão passado e a média histórica) foi particularmente elevado durante as três intensas ondas de calor que atingiram a porção oeste do continente europeu neste ano.
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Segundo a análise, a mudança climática causada pela ação humana tornou a onda de calor que atingiu o Reino Unido em junho pelo menos 10 vezes mais provável. Com isso, os termômetros britânicos atingiram um recorde histórico neste verão, chegando a 40,3°C. O calor extra também foi intenso em outras partes da Europa Ocidental, como França, Espanha e Alemanha.
Entre as maiores ameaças
“As ondas de calor são uma das maiores ameaças representadas pelas mudanças climáticas”, disse Friederike Otto, professora sênior de ciência climática no Grantham Institute for Climate Change and the Environment, em Londres. “As altas temperaturas são responsáveis por milhares de mortes em todo o mundo todos os anos, muitas das quais são subnotificadas.”
Bloomberg, Guardian e Veja, entre outros, repercutiram o estudo.
Em tempo: Uma análise do escritório de meteorologia da Austrália mostrou que a intensificação de eventos extremos, como chuvas torrenciais e ondas de calor, deve causar mais problemas no país. De acordo com os meteorologistas, o continente australiano está 1,47°C mais quente do que em 1910 e o nível do mar está subindo a um ritmo acelerado na costa. No sul do país, o declínio médio das chuvas é contrastado com a intensificação delas no norte. Ao mesmo tempo, o sudeste australiano também vem experimentando condições mais secas que favorecem a ocorrência e a proliferação de incêndios florestais. Bloomberg, Guardian e Reuters repercutiram a notícia.