A hipótese de que a vida na Terra pode ter sido “semeada” por corpos celestes ganhou novos fundamentos científicos com a análise do asteroide Bennu. Formado há cerca de 4,6 bilhões de anos, nos primórdios do Sistema Solar, o pequeno corpo celeste é alvo de estudos da missão OSIRIS-REx, da Nasa, que trouxe amostras para o planeta em 2020.

  • Composição química: cientistas identificaram 15 dos 20 aminoácidos essenciais para a existência humana nas amostras coletadas.

  • Base genética: foram encontrados os cinco componentes básicos que constituem as moléculas de DNA e RNA.

  • Hipótese da panspermia: a descoberta sugere que os blocos fundamentais da biologia podem ter se formado no espaço antes de serem transportados à Terra.

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Do espaço profundo ao DNA humano

As moléculas complexas encontradas no asteroide provavelmente se originaram a partir de matéria interestelar simples, em um ambiente de água salgada que evaporou ao longo de milênios. A presença desses elementos em uma rocha tão antiga indica que os ingredientes necessários para a vida já estavam dispersos no Sistema Solar muito antes da formação consolidada da biosfera terrestre.

Para a comunidade acadêmica, os resultados obtidos com o material de Bennu reduzem a probabilidade de que a vida tenha surgido de forma isolada e exclusiva em nosso planeta.

Implicações cosmológicas

A descoberta altera a compreensão sobre a raridade da vida no universo. Se os componentes básicos são comuns em asteroides e foram amplamente distribuídos durante a formação do sistema, é provável que outros planetas e luas da vizinhança cósmica tenham recebido o mesmo “kit biológico” inicial.

O estudo reforça o papel da missão OSIRIS-REx como um marco na astrobiologia, posicionando o espaço não apenas como um vácuo inóspito, mas como o berço de processos químicos complexos que culminaram na biologia terrestre.