Medido pela área de superfície, o Mar Cáspio é o maior corpo de água interior da Terra, abrangendo cerca de 371 mil quilômetros quadrados (um pouco maior que o Mato Grosso do Sul). Medido por padrões econômicos, sociais e de biodiversidade, seu valor é inestimável, lembra o site Earth Observatory, da Nasa.

O Mar Cáspio abriga uma atividade pesqueira comercialmente importante, fornece água para a agricultura e oferece oportunidades de lazer e trabalho para as pessoas que vivem nas proximidades. Suas águas também abrigam várias espécies ameaçadas, incluindo cerca de 90% da última espécie de esturjão remanescente no planeta.

No norte do Cáspio, as águas rasas estão repletas de moluscos, crustáceos, peixes e pássaros. As focas criam seus filhotes no gelo de inverno, que geralmente só se forma nessa parte do lago. E todos dependem de um nível de água saudável para sua existência. No entanto, o Mar Cáspio está encolhendo rapidamente.

Em 19 de setembro de 2022, o instrumento Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) no satélite Aqua, da Nasa, adquiriu a imagem de cor natural do norte do Mar Cáspio reproduzida abaixo. Parte do extenso delta do rio Volga (verde escuro) é visível ao longo do lado esquerdo da imagem. Sedimentos, levados para o lago pelo Volga e agitados do leito raso do lago pelas correntes, colorem a água com redemoinhos de verde claro e castanho. As áreas cinzentas claras ao longo da costa e manchas brancas a sudeste são provavelmente sal e outros minerais deixados para trás após a evaporação.

Crédito: Nasa Earth Observatory/Lauren Dauphin, com dados MODIS da NasaEOSDIS LANCE e GIBS/Worldview
Crédito: Nasa Earth Observatory/Lauren Dauphin, com dados MODIS da NasaEOSDIS LANCE e GIBS/Worldview

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Para comparação, a imagem imediatamente acima foi adquirida pelo Terra MODIS em 20 de setembro de 2006. Não existe halo de cor clara carregado de sal ao longo da costa norte, e observa-se apenas uma crosta de sal relativamente pequena no leste e sul. A água enchia a área no leste que, 12 anos depois, tornou-se uma espessa crosta mineral.

Dados de altimetria de radar coletados por vários satélites e compilados pelo Global Water Monitor da Nasa indicam que os níveis de água do Cáspio vêm caindo desde meados da década de 1990. Outras pesquisas sugerem que o declínio pode continuar à medida que as mudanças climáticas trazem temperaturas do ar mais quentes e aumento da evaporação.

Em um estudo publicado na revista Environmental Research Letters, os cientistas executaram vários modelos para estimar as perdas futuras de água devido às mudanças climáticas. Eles projetaram que, em 2100, os níveis de água no Mar Cáspio poderiam cair mais 8 a 30 metros. O uso ou desvio de água para atividades humanas também é um importante fator de perda de água no Cáspio. A contabilização desse fator acrescenta até 7 metros de perda adicional, descobriram os cientistas.