A farmacêutica Eli Lilly anunciou que pretende comercializar o Mounjaro, medicamento para diabetes utilizado por pacientes para perder peso, no Brasil a partir de junho. De acordo com uma pesquisa conduzida pela companhia, o fármaco promoveu uma perda de peso relativa 47% maior do que a semaglutida, princípio ativo do Ozempic e do Wegovy.

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O Mounjaro é o nome comercial da tirzepatida no Brasil, substância que foi aprovada para o tratamento de adultos com diabete tipo 2 em setembro de 2023. Nos EUA, para pacientes com obesidade, o remédio passou a ser vendido com o nome Zepbound, e foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), órgão semelhante à Anvisa, em novembro de 2023.

A tirzepatida é considerada um duplo agonista, o que significa que tem a capacidade de ativar os receptores de dois hormônios intestinais, o GLP-1 e o GIP, que, além de estarem associados a liberação de insulina e ao controle do açúcar no sangue, também atuam na regulação da fome e do apetite.

A semaglutida, do Ozempic e Wegovy é conhecida como um agonista, pois atua apenas no GLP-1.

Na pesquisa conduzida pela Eli Lilly, divulgada em dezembro de 2024, 751 participantes dos EUA e de Porto Rico com obesidade e sobrepeso foram divididos entre um grupo que recebeu doses de tirzepatida e outro que foi medicado com semaglutida.

Após 72 semanas, o princípio ativo do Mounjaro levou a uma perda de peso de 20,2%. Enquanto isso, a semaglutida resultou numa perda de 13,7%. “Os participantes do estudo que usaram tirzepatida perderam (em média) 22,8 kg, enquanto os que receberam semaglutida perderam 15 kg”, disse a farmacêutica, em comunicado enviado à imprensa.

Além disso, 31,6% dos participantes tratados com tirzepatida perderam pelo menos 25% do peso corporal inicial, em comparação a 16,1% dos que usaram semaglutida.

Segundo a farmacêutica, os eventos adversos mais comumente relatados no estudo, tanto para tirzepatida quanto para semaglutida, foram relacionados ao trato gastrointestinal, como náuseas e vômitos. Em relação à gravidade, esses eventos adversos foram considerados de leves a moderados.

Preço do Mounjaro no Brasil

Em nota, a Eli Lilly disse que precificar medicações está entre as “decisões mais importantes” que a empresa precisa tomar. “Consideramos diversos fatores para alcançar o equilíbrio ideal entre o acesso do paciente e o investimento contínuo em tratamentos inovadores”, informou.

Contudo, já é possível ter uma estimativa de quanto o paciente terá de desembolsar para arcar com o tratamento. Isso porque, antes que um medicamento comece a circular no País, a CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) define o PMC (Preço Máximo ao Consumidor), que é o preço-teto autorizado para o comércio varejista, ou seja, farmácias e drogarias.

A CMED estabeleceu que o valor do Mounjaro para o consumidor poderá variar de R$ 1.523,06 a R$ 4.067,81, a depender do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) em cada estado, da dose e da quantidade de canetas para aplicação por embalagem.

Por exemplo, em São Paulo e Minas Gerais, onde a alíquota do ICMS para medicamentos é de 18%, os valores da tabela variam de R$ 1.895,53, para doses de 5 mg/ml e duas canetas para aplicação, a R$ 3.791,07 para doses de 30 mg/ml e 4 canetas injetoras. Já no Rio de Janeiro, onde o imposto é de 20%, os preços máximos ao consumidor vão de R$ 1.948,55 a R$ 3.897,09.

*Com informações do Estadão