Um estudo publicado em 23 de outubro na “Advanced Healthcare Materials” apontou que o transplante de vesículas extracelulares pode ser uma alternativa no tratamento de isquemia diabética dos membros inferiores, quando o fluxo de sangue e oxigênio para uma parte do corpo é bloqueado ou reduzido. A condição pode causar dores e, em casos severos, amputação.

Ainda, pessoas com isquemia diabética dos membros inferiores têm riscos maiores de desenvolverem doenças arteriais, com chances de 20% a 30% maiores de terem problemas cardiovasculares. O transplante de vesículas extracelulares pode ser uma alternativa para o uso de medicamentos e processos cirúrgicos. As informações são do “Advanced Science News”.

+ Especialista explica riscos da diabetes tipo 2, doença tratada por Antonio Fagundes há oito anos

+ Diabetes cresce no Brasil; saiba como evitar

Um dos cientistas que contribuiu com o estudo, Xing Zhang, do Nono Hospital Popular de Xangai, na China, declarou que a ideia da pesquisa é encontrar um método não cirúrgico para pacientes que sofrem com isquemia diabética e danos nos tecidos dos membros inferiores.

Durante a última década, Zhang e sua equipe estudaram terapias de células-tronco para o tratamento de doenças vasculares, entretanto, foram encontrados riscos como rejeição do sistema imunológico, tumores, preocupações éticas e taxas de sobrevivência celular instáveis. Com isso, foi estabelecida a ideia do tratamento com vesículas extracelulares.

As vesículas extracelulares são partículas ligadas a lipídios que carregam biomoléculas e são naturalmente liberadas de qualquer tipo de célula. De acordo com a pesquisa, o transplante de tais estruturas é considerado mais vantajoso ao paciente do que o de células-tronco, por exemplo.

No tratamento, as vesículas transportam ao membro inferior que sofre com isquemia a proteína Netrin1, associada ao crescimento de vasos sanguíneos, suporte à sobrevivência de células e redução de inflamações, fatores que impedem a morte dos tecidos associada à condição diabética.

Segundo os pesquisadores, o uso da proteína funciona como “um escudo” aos vasos sanguíneos, os ajudando a se recuperar e reparar os danos sofridos nos tecidos em decorrência da isquemia diabética. Apesar de promissor, o tratamento ainda não foi testado em humanos e mais experimentos com cobaias animais são necessários para averiguar a segurança da terapia.