09/04/2025 - 17:15
Um estudo publicado no final de março pela revista Social Indicators Research indica que ter um gato ou um cachorro pode aumentar o bem-estar humano tanto quanto encontrar os amigos e o cônjuge.
Para calcular esse resultado, foi utilizada uma métrica capaz de converter níveis de satisfação de vida em um valor monetário. Nesse sentido, o “preço implícito” ganho com um animal de estimação chega a 70 mil euros (cerca de R$ 450 mil) por ano. Ao comparar essa quantia com o número obtido a partir de parceiros românticos e encontros regulares com amigos e familiares, os estudiosos concluíram que o grau de satisfação seria praticamente o mesmo.
Apesar da surpresa inicial, Adelina Gschwandtner – que é professora de economia e coautora do artigo – ressalta que a companhia de animais fornece afeto equivalente a outras relações humanas.
“A maioria das pessoas afirma que seus animais de estimação são como amigos ou membros da família, então é comparável. Se os animais de estimação são realmente como amigos e família, por que essa medida não deveria ser comparável a conversar com amigos e família uma vez por semana? Você tem seu animal de estimação todos os dias”, argumentou a professora à CNN.
A pesquisa se baseou em dados de 2.500 famílias britânicas, mas os estudiosos não “simplesmente” relacionaram o bem-estar de vida com a posse de animais – a abordagem inclui o cruzamento de diferentes variáveis, como traços de personalidade e vínculos causais.
Sob a luz desses resultados, a coautora Gschwandtner faz um apelo para que políticas de adoção de animais sejam facilitadas, de modo a ampliar o acesso das pessoas à cachorros, gatos e derivados.
Porém, a professora Megan Mueller, da Universidade Tufts, ressalta sobre os riscos da “antropomorfização” excessiva dos animais, equiparando a companhia dos bichinhos com o convívio humano.
“Sabemos que o apoio social e emocional são aspectos realmente fundamentais das relações humano-animal que são também os mesmos tipos de apoio que recebemos de nossas conexões sociais humanas. Embora os animais estejam conectados a nós de maneiras poderosas, eles não são o mesmo que humanos”, defende Mueller.