12/09/2025 - 15:34
Um pesquisador da Universidade de Ariel, em Israel, afirma ter encontrado a menção mais antiga já registrada a Moisés fora da Bíblia. A descoberta teria ocorrido no sítio arqueológico de Serabit el-Khadim, no deserto do Sinai, em inscrições datadas de aproximadamente 3.800 anos atrás – entre 1800 e 1600 a.C.
As inscrições, escritas em proto-sinaítico, conteriam as expressões “Zot M’Moshe” (“Isto é de Moisés”) e “Ne’um Moshe” (“Declaração de Moisés”). Segundo o pesquisador Michael S. Bar-Ron, autor da descoberta, trata-se de uma evidência direta da existência de Moisés registrada em textos extrabíblicos muito anteriores aos primeiros livros do Antigo Testamento, que são geralmente atribuídos a um período entre os séculos X e VII a.C.
Além das possíveis referências a Moisés, o pesquisador aponta a presença de menções ao deus El – divindade que aparece nas tradições hebraicas – e críticas à deusa fenícia Baalat. Isso, segundo ele, reforçaria a ligação entre as inscrições e o contexto religioso que seria consolidado pelo monoteísmo israelita.
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Bar-Ron afirma que a tradução e reconstrução das 23 inscrições levou cerca de oito anos, combinando técnicas de análise linguística e paleográfica. O estudo ainda não passou por revisão por pares nem foi publicado em revistas científicas especializadas, o que limita, por enquanto, seu reconhecimento pela comunidade acadêmica.
Especialistas alertam que a interpretação de inscrições antigas, especialmente em contextos tão distantes e fragmentados, exige cautela. O nome “Moisés” pode ter sido comum na época e, portanto, não necessariamente referir-se à figura bíblica. Além disso, traduções desse tipo estão sujeitas a revisões constantes à medida que novas evidências e métodos são aplicados.
Se confirmada, a descoberta pode alterar o entendimento atual sobre a historicidade de Moisés e seu papel nas narrativas religiosas antigas. Por ora, a hipótese aguarda validação mais ampla por parte da arqueologia e da historiografia acadêmica.