08/11/2024 - 14:27
Um artigo publicado em 3 de novembro, no periódico “Papers in Palaeontology”, revelou que um grupo de paleontólogos encontraram e examinaram um osso fossilizado da perna de uma ave gigante de milênios atrás.
O animal pertence a família de aves gigantes Phorusrhacidae – são carnívoras, incapazes de voar, costumavam pesar 70 kg e chegar a 2 metros de altura, além de possuírem evoluções locomotoras específicas. Seu bico imenso e algumas características mecânicas do crânio desses animais fez os especialistas acreditarem que eles eram predadores eficientes.
O fóssil da perna do animal foi encontrado no Deserto de Tatacoa, Colômbia, nos anos 2000 – este em específico data da época do Mioceno, cerca de 12 milhões de anos atrás, e os autores acreditam que seja a maior evidência da ave na América do Sul descoberta até agora.
O grupo de aves gigantes habitou majoritariamente a América do Sul durante o período Cenozoico, mas seus fósseis também indicam a presença da espécie nos períodos Pleistoceno da América do Norte e do Eoceno da África. Os especialistas acreditam que seu parente familiar mais próximo, ainda vivo, são as seriemas – a família, que abriga a espécie, possui cerca de 20 espécies, divididas em 14 gêneros e cinco subfamílias.
“Aves ‘aterrorizantes’ viviam no chão, tinham membros adaptados para correr e comiam principalmente outros animais”, explicou o Dr. Siobhán Cooke, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins e coautor do artigo.
No achado, os especialistas identificaram marcas de dentes de um Purussaurus – espécie extinta de jacaré que devia ter até 9 m de comprimento. “Suspeitamos que o pássaro do terror tenha morrido em consequência dos ferimentos, dado o tamanho dos crocodilos há 12 milhões de anos”, disse Cooke.
A ave “aterrorizante” coexistiu com primatas, mamíferos que ainda tinham cascos, preguiças gigantes, gliptodontes – parentes dos tatus, que eram massivos. “É um tipo diferente de ecossistema do que vemos hoje ou em outras partes do mundo durante um período antes da América do Sul e do Norte serem conectadas”, finalizou o Dr. Cooke.