Uma equipe de pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, e da Universidade de Berna, na Suíça, desvendou a origem do “coração” de Plutão, uma camada que destoa do restante da superfície do astro por apresentar elevação e possuir uma composição geológica diferente. O estudo foi divulgado na segunda-feira, 15, na revista Nature.

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O formato de “coração” em Plutão foi observado pela primeira vez por câmeras de observação da New Horizons, da Nasa, agência espacial americana, em 2015. Desde então, a estrutura, nomeada de Sputnik Planitia, intrigou a comunidade científica que buscou explicações para seu surgimento.

Conforme os pesquisadores, a Sputnik Planitia surgiu em um evento cataclísmico, quando Plutão colidiu com outro astro que tinha cerca de 645 quilômetros de diâmetro.

Thibaut Roger/Universidade de Berna

A Sputnik Planitia tem uma área de cerca de 1200 por 2000 quilômetros e não é composta por um único elemento, mas é predominantemente preenchida por uma camada de nitrogênio congelado.

A posição da estrutura, no equador de Plutão, e seu formato sugerem que a colisão entre o astro e outro objeto não foi direta, mas sim oblíqua, de acordo com Martin Jutzi, da Universidade de Berna. Os pesquisadores conseguiram recriar a colisão por meio de um software, confirmando tal hipótese.

“O núcleo de Plutão é tão frio que as rochas continuaram firmes ao invés de derreter apesar da força do impacto, e também graças à velocidade e o ângulo”, explicou Harry Ballantine, da Universidade de Berna, acrescentando que o núcleo do outro objeto permaneceu intacto por não afundar no de Plutão e, alterando o relevo e formando o “coração”.

Com o impacto, o manto primordial do planeta-anão foi “escavado” pelo novo objeto, alterando a composição de Plutão e criando um excesso de massa que permanece na linha do equador, ao invés de migrar para o polo.