Um estudo publicado na revista “Blood” em 16 de agosto revelou um novo grupo sanguíneo chamado de “MAL” descoberto por pesquisadores da NHS (Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido – em tradução) e da Universidade de Bristol, na Inglaterra. O sistema é o 47º a ser registrado e resolveu um mistério que intrigava a ciência há 50 anos.

Apesar de a maioria das pessoas conhecer o sistema ABO e o fator Rh, o tipo sanguíneo é algo mais complexo e determinar a correspondência entre grupos é essencial no caso de transfusões que podem salvar vidas.

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De acordo com a Universidade de Bristol, a descoberta do grupo sanguíneo MAL compreende a presença do antígeno AnWj, encontrado pela primeira vez em 1972, mas que ficou sem base genética e categoria até o novo estudo ser publicado.

Cerca de 99,9% das pessoas apresentam AnWj positivo, o que indica a expressão completa da proteína Mal nos glóbulos vermelhos. A forma negativa do antígeno pode ser causada por enfermidades, como distúrbios hematológicos e tipos de câncer, mas herdar tal tipo sanguíneo é raro e, conforme a Universidade de Bristol, está associado a uma deleção homozigótica – perda de duas cópias alélicas – do gene MAL.

Segundo a Universidade de Bristol, no caso de pessoas de fenótipo negativo receberem o positivo, pode haver uma reação à transfusão de sangue, por isso, a pesquisa buscou determinar uma forma de identificar tais indivíduos raros que carregam o AnWj negativo.

No estudo, foram avaliados apenas cinco pessoas que possuíam o tipo sanguíneo em decorrência da herança genética, em função da raridade de desenvolver o AnWj negativo. Durante as pesquisas, o sequenciamento do DNA dos indivíduos apontou que a deleção do gene MAL acarreta na falta da proteína Mal nos glóbulos vermelhos, o que torna a estrutura responsável pela ligação de anticorpos AnWj.