16/06/2025 - 15:40
Pesquisadores publicaram na “Science Advances” em 30 de maio os resultados de um estudo de 21 restos humanos antigos — alguns de seis mil anos atrás — encontrados no Altiplano de Bogotá, na Colômbia. Os cientistas apontaram que os corpos analisados possuem um DNA único, sem ancestrais conhecidos ou descendentes modernos. As informações são da “CNN Science”.
O objetivo do estudo era mapear o movimento dos primeiros humanos que chegaram à América do Sul. De acordo com Andrea Casas Vargas, da Universidade Nacional da Colômbia, que é a autora da pesquisa, os primeiros habitantes da região eram caçadores coletores nômades.
+ DNA antigo dá pistas sobre povos indígenas ‘perdidos’ do Uruguai
Estudos anteriores haviam apontado duas linhagens de povos nativos nas Américas, uma da parte norte do continente e outra do sul, que se desenvolveram depois que os seres humanos atravessaram o Estreito de Bering há milhares de anos.
Posteriormente, a linhagem de povos nativos da América do Sul se dividiu em três. Apesar disso, pesquisadores não sabem quando foi o momento em que seres humanos migraram para o sul do continente pela primeira vez.
Segundo Andrea, a equipe de pesquisadores ficou “muito surpresa” ao identificar que os restos mortais analisados tinham um DNA único que não era compartilhado por nenhuma outra população do registro genético.
Essa comunidade desapareceu sem deixar vestígios genéticos. Não há descendentes diretos ou sequer vestígios de cruzamentos no DNA das populações que os sucederam. É como se tivessem sido apagados da história, restando apenas este enigma arqueológico no coração dos Andes colombianos.
Pela posição geográfica, a Colômbia, por representar uma porta de entrada da América do Sul, pode auxiliar na compreensão do povoamento do continente. Conforme a pesquisadora, o estudo foi o primeiro a sequenciar genomas completos em amostras do país.
“Não temos certeza do que aconteceu na época que causou o seu desaparecimento, se foi por conta de mudanças ambientais ou se eles foram substituídos por outros grupos populacionais”, pontuou Andrea sobre o fato de não terem descendentes com o mesmo DNA dos restos mortais analisados.
“Não conseguimos encontrar descendentes desses primeiros caçadores-coletores das terras altas colombianas. Os genes não foram transmitidos”, explica Kim-Louise Krettek, que participou do estudo, em um comunicado da Universidade de Tübingen. “Isso significa que houve uma troca populacional completa nos arredores de Bogotá.”
Agora, Andrea espera que mais estudos sejam elaborados a fim de compreender de onde esses indivíduos vieram e como desapareceram.
*Com informações da Deutsche Welle