Um estudo conduzido no Leste Europeu, publicado na quarta-feira, 23, encontrou novas evidências arqueológicas que poderiam explicar a invenção do objeto. A pesquisa foi divulgada no periódico Royal Society Open Science e indicou que a principal motivação foi a busca por minério de cobre nas Montanhas dos Cárpatos, uma cordilheira que cruza a República Tcheca e a Romênia.

As investigações foram lideradas pelo professor da Universidade de Colúmbia, Richard Bulliet. As rodas teriam sido fabricadas em 3900 a.C. e foram necessárias porque a partir de 4000 a.C. os minérios considerados preciosos estavam escassos, fazendo com que os mineradores necessitassem explorar os terrenos mais profundamente – para isso o transporte dos achados precisava movimentar contêineres mais pesados.

Nos últimos anos, exploradores já tinham encontrado modelos de vagões com os lados em formato de trapézios e protótipos de rodas na região, mas o novo estudo revelou informações mais profundas e foi conduzido por meio de técnicas de mecânica computacional e de design de produtos.

A pesquisa aponta que três inovações foram responsáveis pela evolução do conjunto. A primeira, o uso de rolos com ranhuras– a disposição e o formato teriam permitido que os objetos se movimentassem e com isso facilitassem a entrada e saída de carrinhos largos. O segundo foi o conjunto de rodas fixas a um eixo, o que pode ter gerado uma folga maior no espaço entre as pedras e outros detritos dos poços de mina.

Por fim, o terceiro foi a junção de rodas que se movimentam independentemente do eixo – essa adição surgiu cerca de 500 anos depois do conjunto de rodas original e deu maior flexibilidade à sua locomoção.

Mesmo que essas novidades tenham representado um grande salto, a evolução da roda não terminou durante a Era de Cobre. Em 1869 houve a criação dos rolamentos de esferas radiais e durante o século XX a evolução das máquinas, ambos acontecimentos que contribuíram para a evolução contínua do objeto.

As novas descobertas e pesquisas podem explicar parte da história da invenção na Europa Oriental, mas a linha cronológica de achados definitivos não chega ao fim. Outros estudos já indicaram que sua idealização poderia ter sido na Mesopotâmia em 4000 a.C. ou ao norte da Turquia em 3800 a.C – a resposta definitiva para o questionamento ainda não foi totalmente esclarecida. “Acho que ainda é possível que várias civilizações tenham descoberto a roda independentemente por conta própria”, disse Kai James, coautor da pesquisa, ao site Live Science.