12/05/2025 - 12:47
Pesquisadores conseguiram transformar chumbo em ouro por uma fração de segundos com o acelerador de partículas da Cern (Organização Europeia para Investigação Nucelar — em tradução), que fica perto de Genebra, na Suíça. O feito foi analisado em uma pesquisa publicada no periódico “Physical Review Journals” na quarta-feira, 7.
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Transformar chumbo em ouro foi um sonho dos alquimistas medievais, que almejavam obter o material precioso a partir de metais comuns. Depois de séculos, pesquisadores da Cern conseguiram o feito, mas apenas por uma fração de segundos e com um alto custo, já que precisaram do acelerador de partículas LHC (Grande Colisor de Hádrons). As informações são da “Scientific American”.
O chumbo é um material relativamente abundante e com densidade similar à do ouro, mas a diferença entre os metais está no número de prótons — partículas que ficam no núcleo de um átomo — entre os dois. O chumbo tem 82 prótons, enquanto o ouro, 79.
Durante a execução de experimentos no LHC entre 2015 e 2018, pesquisadores criaram 86 bilhões de núcleos de ouro, o equivalente a 29 trilionésimos de uma grama.
Nos experimentos, pesquisadores atiraram feixes de chumbo uns contra os outros no acelerador de partículas a uma velocidade próxima à da luz. Com isso, os núcleos se chocavam e três prótons eram “ejetados”, fazendo com que o material se tornasse ouro por uma fração de segundo.
Os núcleos de ouro criados a partir da colisão eram instáveis e duravam apenas um microssegundo — o que os tornava imperceptíveis a olho nu — antes de se chocarem com os equipamentos do LHC ou se fragmentarem em outras partículas.
Apesar do feito, os pesquisadores da Cern não têm planos para iniciarem uma “produção de ouro”, mas a compreensão de como os núcleos podem ser alterados pode ajudá-los a melhorar a performance do LHC.