Deputada perseguiu, com pistola em punho, um apoiador de Lula em São Paulo. Gilmar Mendes decidirá se torna a deputada ré por porte ilegal e constrangimento mediante uso de arma.A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

Em outubro passado, na véspera do segundo turno, Zambelli perseguiu com uma pistola em punho um homem com quem havia tido um desentendimento no bairro dos Jardins, em São Paulo.

O ocorrido foi gravado por diversos transeuntes, e os vídeos ganharam as redes sociais na véspera da votação, ampliando a preocupação com eventuais atos violentos no dia do pleito.

Os vídeos mostravam a deputada, aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro, acompanhada de seu segurança, correndo atrás do jornalista Luan Araújo, um homem negro e apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontando a arma para ele até que ele se refugiasse dentro de um restaurante.

Em janeiro, Zambelli já havia sido alvo de mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro Gilmar Mendes, quando foram apreendidas três pistolas e um revólver registrados no nome dela.

Agora, Gilmar deverá decidir, como relator do caso, se aceita a denúncia da PGR e torna a deputada ré.

PGR pede indenização de R$ 100 mil

A vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo afirmou que o porte de arma não autorizava a deputada a fazer seu “manejo ostensivo” em espaços públicos.

“A permissão do porte de arma de fogo conferida à denunciada se destina única e exclusivamente à sua defesa pessoal; jamais para constranger a liberdade de interlocutor e a fazer com que ele se desculpe dos seus posicionamentos políticos, preferências eleitorais e supostos atos injuriosos manifestados, ainda que a pretexto de resguardar, em tese, sua honra maculada”, diz a denúncia.

A PGR também pediu que Zambelli seja condenada a pagar uma indenização de R$ 100 mil por danos morais coletivos e que seu porte de arma – já suspenso temporariamente – seja cancelado em definitivo.

Os advogados de Zambelli afirmam que ela havia sido ameaçada e sofreu violência política. A deputada argumenta também que sacou a arma ao dar voz de prisão ao homem que, segundo ela, injustamente a agrediu e ameaçou.

bl/md (ots)