04/03/2023 - 7:32
A Pinacoteca de São Paulo, museu de arte mais antigo do Estado, foi expandida e ganha a partir de 4 de março um novo espaço expositivo, ainda mais sustentável e acolhedor: a Pinacoteca Contemporânea. Integrado aos edifícios já existentes, a Pina Luz e a Pina Estação, este terceiro prédio consagra o museu de arte brasileira como um dos maiores da América Latina, com um total de 22.041 m², e potencial para receber mais de 1 milhão de visitantes por ano.
Fruto da visão compartilhada de futuro e engajamento de muitas pessoas, que ao longo de mais de uma década batalharam pela sua existência, o projeto da Pina Contemporânea se tornou possível em 2015, com a transferência da Escola Estadual Prudente de Moraes para um novo e mais completo espaço no mesmo bairro, deixando o conjunto de edifícios contiguo ao Parque da Luz disponível para receber o terceiro prédio do museu.
Em 2018, o terreno foi oficialmente cedido à Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. Por meio da Associação Pinacoteca Arte e Cultura (APAC), organização social que administra a Pinacoteca de São Paulo desde 2006, puderam ser iniciadas as contratações dos projetos básico e executivo, e os tramites de aprovações junto aos órgãos de preservação patrimonial e às instâncias municipais.
O projeto da Pina Contemporânea
O projeto da expansão da Pinacoteca é assinado pelo escritório Arquitetos Associados em parceria com Silvio Oksman e em diálogo com as equipes do museu. A proposta foi pensada para integrar de maneira respeitosa o novo edifício ao centenário Parque da Luz e aos tradicionais bairros do Bom Retiro e da Luz, em total harmonia com o edifício da Pina Luz.
A construção da Pina Contemporânea foi possível graças a uma composição de recursos entre o governo do estado de São Paulo, que investiu R$ 55 milhões, e de patrocinadores privados captados pela APAC, que acompanharam as obras desde sua fase inicial. A família Gouvêa Telles colaborou com R$ 30 milhões, sem uso de lei de incentivo.
Experiência e estrutura
O terceiro prédio da Pinacoteca de São Paulo é um espaço de acolhimento e experimento. No projeto, foram mantidos os volumes arquitetônicos dos dois blocos de edifícios já existentes no terreno. Um mais antigo, atribuído ao escritório de Ramos de Azevedo, remanescente da primeira escola lá construída, e outro mais moderno, da década de 1950, de autoria do arquiteto Hélio Duarte.
Conectando esses dois blocos, há uma grande praça pública coberta, com 1.339,2 m², e um pavilhão onde está localizada a Galeria Praça, com 200 m², dois ateliês para atividades educativas e a loja do museu.
A biblioteca, uma das mais especializadas em arte brasileira do país, foi instalada articulando o parque à Avenida Tiradentes. Com 1.000m², a Grande Galeria, situada no subsolo, e um mezanino com vista para o Parque da Luz, onde está localizada a cafeteria, complementam o projeto, criando um ambiente que cumpre os requisitos fundamentais para um museu do século 21, ao mesmo tempo que é amigável, inclusivo e acessível.
Sustentabilidade
A Pinacoteca Contemporânea conta com certificação ambiental Leed Silver, reconhecendo a eficiência do método construtivo, o uso de materiais sustentáveis, o aproveitamento de energia solar e a captação de água de chuva, entre outros.
O projeto apresenta uma grande cobertura de madeira na praça central, que explora a luz filtrada. Feita de madeira laminada colada, a estrutura é de fonte renovável e de origem certificada e é a que melhor compensa as emissões de carbono.
Faca um passeio virtual pela Pina Contemporânea aqui.