06/10/2025 - 16:51
Um novo estudo publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters revelou pistas que apontam para a existência de um planeta dentro do próprio Sistema Solar, apelidado de ‘Planeta Y’. A pesquisa, baseada em observações de objetos distantes no Cinturão de Kuiper, sugere que um mundo com massa entre 1,5 a 3 vezes a da Terra pode estar orbitando o Sol além de Netuno.
Cientistas do Observatório Astronômico Nacional do Japão e da Universidade Kindai, no Japão, notaram um comportamento anômalo em objetos transnetunianos (TNOs) – pequenos corpos gelados que residem na periferia do nosso sistema. De acordo com os pesquisadores, as órbitas de alguns desses TNOs apresentam inclinações e agrupamentos incomuns, que não podem ser explicados pelas interações gravitacionais dos planetas gigantes conhecidos.
A teoria proposta indica que a força gravitacional de um planeta oculto, muito mais próximo e menor que o hipotético “Planeta Nove” (pelo qual cientistas procuram há anos), poderia ser a causa dessas perturbações. Este “Planeta Y” estaria localizado a uma distância entre 200 e 500 unidades astronômicas (UA) do Sol. Em comparação, Netuno, o planeta conhecido mais distante, orbita a cerca de 30 UA.
Os modelos computacionais desenvolvidos pela equipe de pesquisa demonstram que a presença de um planeta com as características do “Planeta Y” reproduz com precisão as anomalias orbitais observadas no Cinturão de Kuiper.
“Nós previmos a existência de um planeta semelhante à Terra e de vários TNOs em órbitas peculiares no Sistema Solar exterior, que podem servir como assinaturas observacionais testáveis das perturbações do suposto planeta”, afirmam os autores no estudo.
Apesar da evidência ser convincente, a existência do “Planeta Y” permanece teórica até que seja confirmada por observação direta. Apesar da dificuldade de busca devido à distância e a fraca luz solar que reflete, astrônomos esperam que telescópios como o Observatório Vera C. Rubin, no Chile, possam confirmar ou descartar a presença deste novo mundo nos próximos anos.
