A contagem do tempo é uma das convenções mais fundamentais da sociedade, mas sua lógica nem sempre é clara. A razão de estarmos no ano de 2025 se deve a uma complexa construção histórica e religiosa, cujo marco inicial é o nascimento de Jesus Cristo. A formalização dessa contagem, no entanto, veio séculos depois, por meio de uma reforma instituída no século 16 pelo Papa Gregório XIII.

  • O calendário atual: o sistema mais usado no mundo é o calendário gregoriano, criado em 1582 pelo Papa Gregório XIII.
  • Base científica: é um calendário solar, baseado no tempo que a Terra leva para orbitar o Sol (365 dias e aproximadamente 6 horas).
  • Origem da reforma: foi criado para corrigir imprecisões do antigo calendário juliano e ajustar a data de celebrações religiosas, como a Páscoa.
  • Outras culturas: a contagem do tempo varia culturalmente. No calendário chinês, por exemplo, o ano é 4723, enquanto para comunidades indígenas guaranis, é 50012.

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Até 1582, grande parte do mundo ocidental seguia o calendário juliano, implementado pelo imperador romano Júlio César. Com o tempo, esse sistema acumulou um desajuste em relação ao ano solar verdadeiro. Para resolver o problema e reafirmar a autoridade da Igreja Católica sobre a marcação do tempo, o Papa Gregório XIII convocou astrônomos e estudiosos.

A comissão propôs um novo sistema, que ajustava o cálculo dos anos bissextos para ser mais preciso. A mudança mais drástica na época, porém, foi a remoção de dez dias do calendário: a população daquele ano “dormiu” no dia 4 de outubro e “acordou” no dia 15. A medida gerou protestos, inclusive de trabalhadores que temiam não receber o salário integral.

Apesar da resistência inicial, o calendário gregoriano se estabeleceu gradualmente e hoje é o padrão oficial na maior parte do mundo para fins civis. Contudo, ele não é a única forma de medir o tempo. Sistemas como o chinês, o islâmico, o judaico e o de povos originários, como o guarani, seguem marcos e ciclos diferentes – lunares, agrícolas ou ligados a outras cosmovisões –, provando que os calendários são, acima de tudo, uma expressão da cultura e da visão de mundo de cada povo.