É uma dúvida clássica de dias de chuva: o que acontece com os peixes quando um raio atinge um rio, lago ou o mar? Por que um corpo d’água inteiro não é instantaneamente eletrocutado?

A resposta curta é que, embora alguns peixes possam, sim, ser atingidos, a grande maioria sobrevive ilesa. A explicação está na física de como a eletricidade se comporta na água.

Primeiro, vamos entender o raio. Durante uma tempestade, as nuvens acumulam uma carga negativa em sua base, que induz uma carga positiva na superfície da água. Quando a diferença entre essas cargas se torna grande demais, ocorre a descarga elétrica que conhecemos como raio.

O ponto-chave é o que acontece a seguir. A eletricidade sempre busca o caminho de menor resistência. Como a água (especialmente por conter sais e minerais) é uma boa condutora, a imensa corrente elétrica do raio não mergulha para o fundo. Em vez disso, ela se espalha de forma rápida e ampla pela superfície.

Imagine a energia se dissipando horizontalmente, como as ondas que se formam quando você joga uma pedra na água. A corrente elétrica perde sua força à medida que se afasta do ponto de impacto e não consegue penetrar muito fundo.

Por isso, os peixes que estão nadando a um metro ou mais de profundidade geralmente nem percebem o que aconteceu. A zona de perigo real é muito limitada, restrita apenas à superfície e ao local exato onde o raio caiu. Qualquer criatura que esteja nessa área de impacto direto pode se ferir ou morrer, mas para a vasta maioria da vida aquática, a tempestade passa sem maiores perigos.