Os carros da Porsche tomaram o noticiário nas últimas semanas após uma série de acidentes fatais serem registrados em 2024. O mais recente ocorreu na BR-116, em Teresópolis (RJ), quando um motorista atropelou e matou um motociclista.

Apesar de não ter culpa comprovada em nenhum dos acidentes, a marca tem seu nome envolvido em diversas polêmicas ao longo dos anos. Durante a Segunda Guerra Mundial, o engenheiro Ferdinand Porsche, fundador da companhia, projetou tanques para a Alemanha Nazista.

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Ferdinand Porsche nasceu na Áustria em 1875, projetando seu primeiro automóvel em 1898, o Egger-Lohner C2 Phaeton, a construção mais antiga do engenheiro preservada até os dias de hoje. Em 1931, o austríaco fundou a Porsche em Stuttgart, na Alemanha e, posteriormente, recebeu a atenção do regime de Adolf Hitler para a produção de carros populares e bélicos.

Foi durante os primeiros anos do governo nazista que Porsche assinou um contrato para desenvolver o KdF-Wagen, carro que iria se tornar o VW Fusca.

VK 45.01 (P) – “Porsche Tiger”

Imagem de um VK 45.01 (P) (Crédito: Reprodução)

Em 1942, o exército alemão pediu para que Ferdinand Porsche projetasse um tanque de guerra que pudesse ser utilizado nos combates da Segunda Guerra Mundial. O veículo, que ficou conhecido como “Porsche Tiger”, foi planejado para ter 60 toneladas e carregar um canhão de 88 mm, utilizando motores V10 de 310 cavalos cada.

Entretanto, o veículo foi considerado como caro e complexo demais para se operar, além de ter um desempenho abaixo das expectativas. No lugar do projeto de Porsche, a Wehrmacht – Forças Armadas da Alemanha Nazista – optou por utilizar o veículo da empresa Henschel, o famoso Tiger I.

Apesar da recusa do projeto, a Porsche já havia encomendado a produção de 100 unidades do “Porsche Tiger” e, por isso, a construção foi autorizada pelos militares alemães. Mesmo assim, apenas um exemplar foi enviado para combate contra os soviéticos na Frente Oriental em 1944.

Panzerjäger Tiger (P) – “Ferdinand” ou “Elefant”

Imagem de um tanque “Ferdinand” exposto no Museu de Blindados de Kubinka, na Rússia (Crédito: Reprodução)

Dos chassis de VK 45.01 (P) produzidos, 90 foram reprojetados para servir com outro propósito no campo de batalha. Foi aí que surgiu o Panzerjäger Tiger (P), também conhecido como “Ferdinand” ou “Elefant”.

O veículo, confeccionado como um destruidor de tanques, recebeu uma versão mais potente do canhão que era equipado ao “Porsche Tiger”, permitindo que atingisse um alvo a até três quilômetros de distância. Entretanto, algumas peças do blindado eram um problema para as equipes de manutenção do Reich.

O carro de combate foi utilizado até o fim da Segunda Guerra Mundial e, atualmente, dois modelos estão expostos em museus da Rússia e dos Estados Unidos.

Panzerkampfwagen VIII – “Maus”

Imagem de um Panzerkampfwagen VIII “Maus” incompleto exposto no Museu de Blindados de Kubinka, na Rússia (Crédito: Domínio Público)

Além do VK 45.01 (P) e sua variante, o “Ferdinand”, Ferdinand Porsche também projetou o super-pesado Panzerkampfwagen VIII, que ficou conhecido como “Maus” – “Rato” em alemão. O blindado, que teve apenas duas unidades confeccionadas, é o maior já produzido na história, com 188 toneladas.

Mesmo com dois exemplares produzidos, um ficou incompleto e o “Maus” nunca chegou ao combate por ser considerado como “imprestável” devido ao peso excessivo. O veículo é considerado como uma das “Wunderwaffe” (Super-armas da Alemanha Nazista), termo utilizado pelo Ministério da Propaganda da Alemanha para se referir a equipamentos teoricamente “revolucionários” que a maioria nunca deixou de ser protótipos.

Atualmente, uma versão incompleta do tanque pode ser encontrada no Museu de Blindados de Kubinka, na Rússia.