02/12/2024 - 16:13
Em uma pequena vila perto de Sohag, ao norte de Luxor, Egito, pesquisadores descobriram uma possível entrada para um templo da “fertilidade masculina”. Especialistas da Universidade de Tübingen, com o apoio do Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito, foram os responsáveis pela descoberta no início de novembro.
A entrada do local nomeada “pylon”, conta com duas torres de proteção antes da entrada principal – segundo os pesquisadores principais do caso, é possível que a abertura do templo esteja nas pilhas de entulho, atrás da primeira porta, que ainda não foram exploradas.
As investigações na área começaram em 2022 com a equipe da Universidade em parceria com Mohamed Abdelbadia da Autoridade de Antiguidades Egípcias – desde 2012 escavações são feitas na intenção de encontrar um templo da antiguidade construído entre 144 a.C. e 138 d.C. perto de Athribis, cidade antiga do Baixo Egito. Anteriormente o complexo arqueológico contava com 51 metros de largura e 18 metros de altura em cada torre da entrada. Atualmente, o espaço possui cerca de cinco metros totais. O restante foi vítima de escavações expansivas de pedreiras.
Nos últimos meses, a equipe de especialistas realizou escavações na torre norte e no portão principal, onde foram encontradas peças em relevo de um rei oferecendo sacrifícios à deusa com cabeça de leão Repit e seu filho Kolanthes. Além disso, inscrições hieroglíficas novas também foram identificadas. Pela primeira vez elas indicam quem foi o rei responsável pela decoração do espaço – segundo os pesquisadores, o rei Ptolomeu VIII do século II a.C.
Na região da torre norte, os arqueólogos encontraram uma câmara desconhecida – seu teto pesa cerca de 20 toneladas e foi removido por meio de uma almofada de ar, andaimes e rolos de madeira. O espaço tem cerca de seis metros de comprimento e quase três metros de largura. Ele era usado para armazenar utensílios do templo e ânforas. A sala também possui um corredor que leva do pilone até a câmara, fazendo com que ela seja acessível por fora – assim como a principal, a segunda entrada é decorada com peças em relevo reverenciando a deusa Repit e o deus da fertilidade Min.
Inédita no tipo de arquitetura da comunidade, uma segunda porta pode ser avistada na fachada de abertura. Ela leva a uma escada que sobe por pelo menos quatro lances até o andar superior – atualmente o segundo piso está destruído, mas há indícios de que no passado ele abrigasse mais salas de armazenamento.
As escavações seguirão acontecendo nos próximos meses. Elas terão como foco encontrar vestígios do suposto templo atrás do pilone –grande pórtico dos templos antigos em formato de pirâmide truncada. “Blocos de calcário finamente alisados em uma fachada de rocha cortada verticalmente podem pertencer a um santuário de rocha”, disse o Professor Christian Leitz, um dos líderes do projeto.
Os pesquisadores explicam que a grande entrada e os adornos típicos na extremidade superior da construção indicam que pode haver uma porta em seu interior. A universidade também compartilhou que as atualizações serão publicadas no site oficial da instituição.