22/02/2024 - 18:50
Indicação de Mark Rutte como novo secretário-geral da aliança militar recebe apoio dos EUA, Alemanha e Reino Unido. Troca de comando vai marcar fim de uma década de liderança do norueguês Jens Stoltenberg.O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, recebeu nesta quinta-feira (22/02) um impulso para se tornar o próximo secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), ao receber o apoio dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Alemanha.
“Com sua imensa experiência, seu grande conhecimento em política de segurança e suas fortes habilidades diplomáticas, ele é um candidato excepcional”, disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, que acrescentou que Rutte tem o apoio do chanceler Olaf Scholz.
O presidente dos EUA, Joe Biden, também apoia “fortemente” o primeiro-ministro holandês, de acordo com uma autoridade dos EUA. “O primeiro-ministro Rutte tem uma profunda compreensão da importância da aliança, é um líder e comunicador nato, e sua liderança serviria bem à aliança neste momento crítico”, disse a autoridade a repórteres.
Paralelamente, um porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, disse que Rutte era muito respeitado entre os membros da Otan e “tem sólidas credenciais em defesa e segurança”.
Posição delicada
O atual secretário-Geral da Otan, Jens Stoltenberg, vai encerrar seu mandato em outubro, após permanecer uma década no posto.
Seu sucessor terá que procurar equilibrar o apoio dos membros da Otan à Ucrânia e, ao mesmo tempo, evitar qualquer escalada que possa levar a aliança a uma guerra com a Rússia.
Dependendo do resultado das eleições presidenciais americanas de novembro, o próximo chefe da Otan poderá ainda ter que lidar com um segundo mandato de Donald Trump, que foi alvo de críticas de autoridades ocidentais no início do mês por questionar o compromisso dos EUA em defender os países-membros da aliança.
Fundada em 1949 para contrabalancear a força da União Soviética durante a Guerra Fria, a Otan é uma aliança política e militar de países da América do Norte e da Europa.
Consagrado no Artigo 5 de seu tratado de fundação está o princípio da defesa coletiva – a ideia de que um ataque a um membro é considerado um ataque a todos.
Indicação precisa de apoio de todos os 31 países-membros
A indicação para o cargo secretário-geral da Otan é escolhida por consenso, o que significa que todos os membros devem concordar com a decisão final. No entanto, os EUA costumam exercer mais peso na escolha dos indicados. Atualmente, a aliança tem 31 membros – em breve ela deve ser expandida com a entrada da Suécia.
Rutte tem sido um rosto conhecido na política europeia após completar 13 anos como primeiro-ministro da Holanda – o mais longo mandato na história do país.
Ele anunciou inesperadamente sua saída da política holandesa no ano passado, mas continua a liderar o país de forma interina até que um novo governo de coalizão possa ser formado após a última eleição, em 22 de novembro.
No ano passado, Rutte disse à mídia holandesa estar aberto à ideia de assumir chefia da Otan, algo que ele classificou como “um trabalho muito interessante”.
Além de Rutte, a lista de aspirantes confessos ao cargo inclui a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, o ministro das Relações Exteriores da Letônia, Krisjanis Karins. O nome do presidente romeno Klaus Iohannis também tem sido mencionado em discussões informais recentemente.
Espera-se que o sucessor de Stoltenberg seja anunciado em Washington, o mais tardar, em julho, para coincidir com a reunião que vai marcar o 75º aniversário da aliança.
jps (Reuters, dpa, AFP)