Andrzej Poczobut, de Belarus, e Mzia Amaghlobeli, da Geórgia, são agraciados com o Prêmio Sakharov. Presidente do Parlamento Europeu disse que a coragem de ambos os tornou símbolos da luta por liberdade e democracia.Os jornalistas Andrzej Poczobut, de Belarus, e Mzia Amaghlobeli, da Geórgia, venceram a edição deste ano do Prêmio Sakharov, a maior distinção em direitos humanos da União Europeia (UE).

“Os dois jornalistas estão atualmente presos sob acusações forjadas simplesmente por fazerem seu trabalho e se manifestaram contra a injustiça”, afirmou a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, ao anunciar o prêmio nesta quarta-feira (22/10).

Metsola destacou ainda que a coragem de ambos os tornou símbolos da luta por liberdade e democracia. Ela afirmou que o Parlamento Europeu exige a libertação dos dois jornalistas.

Correspondente do jornal polônes Gazeta Wyborcza, Poczobut pertence a uma minoria polonesa em Belarus. Ele é conhecido por suas críticas ao regime de Alexander Lukashenko, além de ser considerado uma figura simbólica na luta pela liberdade e democracia no país. Em 2021, ele foi preso, e posteriormente condenado a oito anos de prisão por “ameaçar a segurança nacional de Belarus”.

Já Amaghlobeli fundou dois veículos de comunicação independentes na Geórgia. Em agosto deste ano, ela foi condenada a dois anos de prisão por supostamente ter agredido um policial durante um protesto contra o governo. Ativistas de direitos humanos denunciam o caso como uma tentativa de restringir a liberdade de imprensa. Ela é a primeira mulher presa política desde a independência do país.

Prêmio Sakharov

A distinção concedida pelo Parlamento Europeu é uma homenagem a quem tenha feito contribuições excepcionais à defesa dos direitos humanos ou ao livre-pensamento. O prêmio foi batizado em homenagem ao físico e dissidente político soviético Andrei Sakharov.

Atribuído pelo Parlamento Europeu a indivíduos ou organizações todos os anos desde 1988, ele visa reconhecer o trabalho em prol da defesa dos direitos humanos e dos direitos fundamentais, em particular a liberdade de expressão, a salvaguarda dos direitos das minorias, o respeito pelo direito internacional, o desenvolvimento da democracia e a defesa do Estado de direito.

Entre os agraciados no passado estão o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela e o líder oposicionista Alexei Navalny, morto no início de 2024. Em 2024, o prêmio foi entregue aos líderes oposicionistas venezuelanos Maria Corina Machado e Edmundo González Urrutia pelos esforços de ambos para restaurar a democracia no país da América Latina.

cn/md (AP, epd, AFP, Lusa)