07/10/2024 - 7:14
Os americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun venceram o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2024 pela descoberta de microRNA, uma nova classe de moléculas de RNA que desempenham papel crucial no contexto da regulação genética.
A descoberta, feita em 1993, é considerada um princípio fundamental para explicar como a atividade genética de organismos multicelulares é regulada – inclusive de seres humanos. Em outras palavras, essas micromoléculas de RNA ajudam células dos músculos, do intestino e diferentes tipos de células nervosas a desempenhar suas funções específicas.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (07/10) pelo secretário-geral da Assembleia do Nobel, Thomas Perlmann, no Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia.
Os demais vencedores serão divulgados ao longo desta semana: na terça, o Prêmio Nobel de Física; na quarta, o de Química, e na quinta, o de Literatura. O Prêmio Nobel da Paz de 2024 será anunciado na sexta-feira (11/10) e o prêmio de Economia, na próxima segunda.
Por que a descoberta é importante
O Comitê do Nobel explicou que a regulação genética faz com que cada célula selecione apenas as informações que são relevantes para o seu tipo específico funcionar. É por esse motivo que células de músculos e nervos são diferentes – apesar de terem exatamente os mesmos cromossomos, ou “pacote de genes”, e exatamente o mesmo “manual de instruções”.
A regulação genética garante que apenas os genes corretos em cada tipo de célula sejam ativados. Além disso, “a atividade genética precisa ser continuamente ajustada para adaptar as funções celulares às mudanças nas condições dos nossos corpos e do nosso ambiente”, diz texto do Comitê do Nobel, divulgado após o anúncio. “Se a regulação dos genes ‘dá errado’, isso pode levar a sérias doenças, como câncer, diabetes ou doenças autoimunes. Por isso, entender a regulação de atividade genética é um objetivo importante [da ciência] há décadas”, continua o texto.
Últimos três vencedores do Prêmio Nobel de Medicina
Em 2023, Katalin Karikó e Drew Weissman receberam o prêmio por terem desenvolvido a tecnologia de RNA mensageiro que abriu caminho para as vacinas contra a covid-19 da Pfizer/BioNTech e da Moderna.
No ano anterior, a sueca Svante Pääbo venceu pelo sequenciamento do genoma dos neandertais e a criação da paleogenômica.
Já em 2021, os norte-americanos David Julius e Ardem Patapoutian ganharam o Prêmio Nobel por descobertas sobre receptores de calor e tato na pele.