Homem foi preso após tocar e tentar beijar Claudia Sheinbaum. Ministra repudia agressão, que atribuiu a décadas de “visão machista”.Um homem assediou sexualmente a presidente do México, Claudia Sheinbaum, enquanto ela caminhava e cumprimentava cidadãos na terça-feira (04/11) em um curto percurso pelo centro histórico da Cidade do México, a poucos metros do Palácio Nacional.

Ele tocou na governante sem o seu consentimento, passando um braço por cima do seu do ombro. Com o outro, tocou o quadril e o seio da presidente, além de tentar beijá-la no pescoço. O homem aparentava estar embriagado.

Em seguida, um membro da equipe presidencial interferiu. O assediador, então, permaneceu ao lado de Sheinbaum, ainda tentando aproximar o seu rosto dela.

Prisão em flagrante

A presidente participaria da primeira reunião nacional de Universidades e Instituições de Ensino Superior nas instalações da Secretaria de Educação Pública (SEP). O local fica a poucas ruas do Palácio Nacional, na Cidade do México, e, por isso, ela decidiu se deslocar a pé.

Foi nesse trajeto no movimentado centro da Cidade do México que o homem, aproveitando que outros cidadãos cumprimentavam a mandatária, aproximou-se dela, tentou beijá-la no pescoço e depois abraçá-la por trás.

Horas mais tarde, autoridades federais confirmaram que o assediador, identificado como Uriel Rivera Martínez, foi preso e encaminhado à Promotoria de Crimes Sexuais da Cidade do México.

Segundo fontes penais, Sheinbaum foi vítima de um delito de abuso sexual flagrante, segundo o Código Penal para a Cidade do México.

“Visão machista”

Horas depois, a ministra da Mulher, Citlali Hernández, emitiu uma declaração repudiando a agressão. “A violência que nós, mulheres, sofremos provém da normalização que alguns homens têm em relação à invasão do nosso espaço pessoal e/ou do nosso corpo,” ela escreveu na rede social X, atribuindo o episódio a décadas de “visão machista”.

O percentual de mulheres no México que já sofreram assédio sexual, apalpamento, exibicionismo ou tentativa de estupro é de 15,5%, segundo uma pesquisa de 2024 do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi). Para os homens, o índice é cinco vezes menor, 3,2%.

Mais de 70% das mexicanas maiores de 15 anos já viveram pelo menos um tipo de violência, seja psicológica (52%), física (35%) ou sexual (48%), ainda de acordo com o Inegi. Organizações e autoridades estimam que cerca de 90% de casos não sejam denunciados.

ht/cn (EFE, ots)