09/11/2025 - 6:50
Ahmed al-Shara, que já teve recompensa de 10 milhões de dólares oferecida pelos EUA por sua captura, inicia visita um dia após retirada do nome dele da lista de terroristas.O presidente interino da Síria, Ahmed Hussein al-Shara, chegou neste sábado (08/11) aos Estados Unidos para uma visita oficial, informou a agência de notícias do seu país, um dia após a retirada do nome dele da lista de terroristas dos EUA.
Al Shara, cujas forças rebeldes derrubaram o ditador Bashar al-Assad no final de 2024, deverá se encontrar nesta segunda-feira com o presidente Donald Trump.
Durante essa visita histórica, o regime em Damasco deverá assinar um acordo para se unir à coligação internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos, disse o enviado americano para a Síria, Tom Barrack.
Pouco depois da deposição de Assad, em dezembro de 2024, os EUA suspenderam a recompensa de 10 milhões de dólares que haviam oferecido pela prisão de Al Shara.
Al Shara já havia se reunido com Trump em Riad, às margens de uma cúpula na Arábia Saudita, durante a visita do presidente americano à região em maio.
Al Shara também esteve em Nova York em setembro e foi o primeiro presidente sírio a discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas em décadas.
Interesses de ambos os lados
Os Estados Unidos planejam estabelecer uma base militar perto de Damasco, disse à AFP uma fonte diplomática na Síria.
A Síria, que saiu de mais de 13 anos de guerra civil, procura garantir fundos para a sua reconstrução, um projeto cujo custo pode ultrapassar os 216 bilhões de dólares, de acordo com o Banco Mundial.
Fim das sanções internacionais
A decisão do governo Trump de remover Al Shara da lista de terroristas era amplamente esperada. O Departamento de Estado afirmou que o governo de Al Shara vinha cumprindo as exigências americanas, incluindo a cooperação na busca por cidadãos americanos desaparecidos e a eliminação de quaisquer armas químicas remanescentes no país.
Na quinta-feira, os EUA lideraram uma votação no Conselho de Segurança para suspender as sanções da ONU a Al Shara, que até então exigiam uma autorização da ONU para cada viagem internacional dele.
A resolução, preparada pelos Estados Unidos, saúda o compromisso de Al Shara, que há um ano liderava o grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), antigo braço sírio da Al Qaeda, de combater o terrorismo. O HTS foi removido da lista de organizações terroristas de Washington em julho.
Desde que assumiram o poder, os novos líderes da Síria têm buscado romper com seu passado extremista e violento e projetar uma imagem mais moderada, aceitável para a população síria e para as potências estrangeiras.
Foi como líder do HTS que, à frente de uma coligação de rebeldes, Al Shara derrubou Bashar al-Assad em 8 de dezembro de 2024.
as (Lusa, AFP, Reuters)
