17/03/2025 - 16:44
Os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore estão com retorno à Terra previsto para esta terça-feira, 18, após passarem nove meses na ISS (Estação Espacial Internacional — em tradução). A falha na espaçonave da Boeing que fez a dupla ficar tanto tempo fora do planeta vai além de um problema técnico em um foguete, já que longos períodos no espaço geram consequências adversas ao corpo humano.
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Os seres humanos não evoluíram para viver no espaço, em gravidade próxima a zero. Portanto, aqueles que viajam para lá precisam de treinamento altamente especializado e monitoramento cuidadoso da saúde antes, durante e depois da viagem espacial.
Os astronautas selecionados para voos espaciais tripulados são considerados capazes não apenas de realizar as missões designadas, mas também de lidar com situações de estresse. É o caso de Wilmore e Suni.
Os dois já concluíram várias missões para a Nasa, agência espacial americana. Como acontece com todos os astronautas, isso já os expôs à microgravidade e à radiação espacial.
Segundo especialistas, a exposição prolongada à radiação espacial é o maior problema de viagens ao espaço, já que é muito prejudicial ao DNA, aumentando o risco de câncer e de estresse oxidativo – o que pode levar a problemas como envelhecimento precoce e doenças cardiovasculares.
Por conta disso, as agências espaciais têm limites específicos para a quantidade de radiação à qual os astronautas podem ser expostos ao longo de suas carreiras.
Outra questão é a microgravidade, que pode causar desmineralização óssea. A densidade óssea de um astronauta cai cerca de 1% a 1,5% a cada mês passado no espaço.
Isso também pode levar a alterações nos níveis de minerais no corpo e resultar em riscos à saúde. Por exemplo, o aumento dos níveis de cálcio no sistema excretor do corpo, que remove resíduos como a urina, pode causar cálculos renais.
Ainda, o tempo fora da Terra pode causar alterações na visão, pois os fluidos do corpo se deslocam para a cabeça e exercem pressão sobre os olhos. A pressão prolongada pode levar à Sans (Síndrome Neuro-ocular Associada ao Voo Espacial), que pode alterar a capacidade de foco, às vezes de forma permanente.
*Com informações da Deutsche Welle