Um homem de 50 anos foi condenado pela Justiça alemã à prisão perpétua pelo assassinato de um funcionário de posto de gasolina depois de uma discussão sobre a exigência de uso de máscara. O crime ocorreu em setembro de 2021 na cidade de Idar-Oberstein, no estado da Renânia-Palatinado, no oeste alemão.

No veredicto expedido nesta terça-feira (13/09), o tribunal regional de Bad Kreuznach avaliou o ato como homicídio, acatando, portanto, o pedido da Promotoria Pública.

Embora o júri não tenha atestado um grau particular de culpabilidade, o que juridicamente permitiria uma sentença com a possibilidade de libertação após 15 anos, o tribunal decretou prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.

A defesa havia rejeitado a acusação de assassinato. Os dois advogados do réu alegaram homicídio culposo com responsabilidade criminal significantemente reduzida; um perito atestou que o acusado estava significativamente embriagado no momento do assassinato.

“Estresse” com as restrições anticovid-19

O crime ocorrido em 18 de setembro de 2021 chocou a Alemanha. Depois de ele entrar no posto para comprar cerveja sem máscara sanitária, o funcionário pediu que ele cumprisse as regras em vigor na época. Ambos discutiram, e o cliente deixou o local.

Segundo confessou mais tarde, ele buscou uma arma em casa, voltou ao posto de gasolina cerca de duas horas depois e atirou no jovem de 20 anos. O assassino alegou ter agido por raiva e que estava estressado com as medidas restritivas contra a pandemia de covid-19.

Em nenhum momento houve dúvida sobre a identidade do agressor, até porque câmeras de vigilância gravaram a cena. Como não tinha uma licença para portar o revólver usado no crime, ele também foi condenado por porte ilegal de arma. A mãe do jovem morto acompanhou o processo, que durou aproximadamente seis meses.

O crime desencadeou um amplo debate na Alemanha sobre uma radicalização da cena dos negacionistas da pandemia e do movimento ultradireitista “Querdenken” (“pensamento lateral”), um dos principais responsáveis por uma série de protestos contra as medidas de restrição social na pandemia. Em fóruns digitais de extrema direita houve quem saudasse o crime.

pv/av (ots, DW)