A conectividade de banda larga mundial mostra um forte crescimento, com 300 milhões de pessoas conectadas a mais em 2016 do que em 2015. A conclusão está no relatório “O Estado de Banda Larga 2016: Banda Larga Catalisando o Desenvolvimento Sustentável”, lançado pela Comissão da Banda Larga para o Desenvolvimento Sustentável em setembro. Segundo o texto, 3,5 bilhões de pessoas estarão online até o fim de 2016. No entanto, mais da metade da população mundial (cerca de 3,9 bilhões de pessoas) permanece offline.

O relatório destaca que as populações desconectadas, situadas em áreas mais remotas, rurais, consistem em geral de cidadãos mais pobres, menos escolarizados e, em geral, do sexo feminino. Para os autores do relatório, os progressos no sentido de atingir as metas da comissão têm sido irregulares. Há bons resultados em relação às metas 1 (planos de banda larga nacionais e formulação de políticas) e 2 (banda larga economicamente acessível).

Já as metas 3 (acesso doméstico à internet) e 4 (acesso à internet em países menos desenvolvidos) estão fora do prazo original. E se observa um retrocesso quanto à meta 5 (igualdade de gênero no acesso à internet de banda larga). A diferença de gênero nos usuá­rios de internet cresceu 1% entre 2013 e 2016, e a diferença entre homens e mulheres que têm um telefone móvel em 2016 ainda é de 202 milhões a favor dos primeiros.

A Unesco contribuiu com um capítulo dedicado às cidades do conhecimento, no qual mostra que a conectividade de banda larga e as tecnologias da informação e da comunicação (TICs) têm o potencial de transformar as vidas urbanas ao gerar maior eficiência econômica, energética, de governança e de mobilidade nas cidades. O relatório também explora novos e promissores usos e aplicações das TICs para o desenvolvimento, como telefones móveis, via satélite, internet das coisas, conectividade máquina-máquina (M2M) e redes de sensores sem fio.

Isso mostra que as novas tecnologias e a banda larga podem ter um papel vital na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. No entanto, esse prognóstico vale apenas se as condições necessárias para permitir o acesso universal à internet a preços acessíveis forem atingidas e se forem postos em prática recursos como desenvolvimento de competências, conteúdos locais em línguas locais, políticas participativas inclusivas, transparência institucional e responsabilidade.

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