05/04/2019 - 15:08
A empresa de arquitetura BIG, em parceria com o Centro de Engenharia Oceânica do MIT, criou uma cidade ecológica, autossustentável, flutuante e à prova de catástrofes. O protótipo mereceu até atenção da ONU-Habitat, Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, que reuniu uma equipe multidisciplinar de inovação para analisar a proposta, já que muitas comunidades costeiras hoje estão ameaçadas pelo aumento do nível do mar devido às mudanças climáticas.
Essa cidade conceitual, que recebeu o nome Oceanix, está baseada em plataformas flutuantes interligadas para fornecer moradia, estruturas de negócios, áreas para agricultura e espaços de convivência. Ela pode se adaptar para abrigar de 300 moradores até 10 mil habitantes, podendo aumentar ou diminuir conforme a necessidade.
O projeto está projetado para resistir a mega tempestades e é à prova de inundação. Toda a cidade flutuante pode ser desatada e rebocada para um local mais seguro no caso de uma grande mudança nos padrões climáticos.
Mark Collins Chen, cofundador e CEO da Oceanix, mostra se preocupara com a acessibilidade das cidades flutuantes sustentáveis, em termos financeiros e de acesso físico. Para este último caso, já estão pensados veículos elétricos futuristas para fazer o transporte das pessoas entre a costa mais próxima e a cidade. Nada foi dito em relação a valores, mas a proposta é que não se tornem um “privilégio dos ricos”, nas palavras de Chen.
Os criadores também observam que as cidades serão capazes de viver em harmonia com o ecossistema marinho sobre o qual se instalarão. Por exemplo, os recifes flutuantes “biorock” abaixo das plataformas abrigam algas marinhas, ostras, mexilhões e vieiras que “limpam a água e aceleram a regeneração do ecossistema”.
Atualmente duas em cada cinco pessoas ao redor do mundo vivem a 100 quilômetros da costa, enquanto uma em cada 10 vive em uma área costeira a menos de 10 metros acima do nível do mar. Mesmo a projeção mais conservadora da futura elevação do nível do mar mostra um aumento de 0,3 metro afetando 140.000 casas até 2045, somente nos EUA.
Agora é aguardar para ver se a proposta sai do papel.