Por que líderes europeus estão falando de um acordo da era nazista? E o que isso tem a ver com o Trump? Bom, você deve ter visto: o presidente americano disse que ele e o Putin podem colocar fim à guerra na Ucrânia.

E ele sugeriu que isso talvez envolvesse permitir que a Rússia mantivesse os territórios ucranianos que ocupou. Ou seja, cerca de um quinto da Ucrânia. Mas a preocupação europeia é que isso não traga paz.

“Isso é apaziguamento. Nunca funcionou. O paralelo que podemos fazer é com 1938”, afirma Kaja Kallas, Alta Representante da UE para Exterior e Segurança.

Ela está se referindo ao ano em que uma estratégia parecida foi testada – e sem sucesso. Em 1938, o Reino Unido, a França, a Itália fascista e a Alemanha nazista assinaram o que ficou conhecido como Acordo de Munique.

Era um tratado que cedia à Alemanha de Hitler uma parte da então Tchecoslováquia, hoje dividida entre República Tcheca e Eslováquia. A ideia era que a concessão do território freasse o impulso expansionista do ditador. Uma tentativa de promover a paz.

Mas não deu certo. Dentro de alguns meses, os nazistas invadiram mais partes do que era a Tchecoslováquia, depois a Polônia. E a Segunda Guerra Mundial começou.

Desde então, a Europa vê a política de apaziguamento como uma estratégia fadada ao fracasso. Porque a história mostrou que ela não só não impede, como pode acabar estimulando a agressão. E um detalhe: na época, a Tchecoslováquia não teve voz no acordo.